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Falta horizonte
CRESCE A LISTA de empresas
estrangeiras que anunciam
reduções de investimentos
no país. O destaque é a venda da
distribuidora de energia Light,
que atende à região metropolitana do Rio e era controlada pela
EDF francesa, para um consórcio de capital nacional.
Se é verdade que o Brasil reduziu seu grau de vulnerabilidade
externa mediante o aumento do
superávit comercial e a redução
da dívida pública, o país ainda
não equacionou seu problema de
falta de dinamismo.
As taxas de juros são mantidas
em patamares absurdos, que inibem o consumo e o investimento. O renitente superávit fiscal,
sustentado na elevação da carga
tributária a nível intolerável e
preservando de corte os gastos
correntes, limita a capacidade de
investimento público em infra-estrutura e sufoca o setor privado. Os portos, as rodovias e as
ferrovias seguem a se deteriorar.
A ampliação de capacidade na
geração de eletricidade não decola. O mecanismo concebido
para financiar a infra-estrutura,
as Parcerias Público-Privadas,
não deslancha. Os instrumentos
de regulação estão paralisados
nos segmentos de saneamento,
gás e energia elétrica. A volatilidade do câmbio reduz a previsibilidade, afastando investidores.
O país precisa rediscutir seu
modelo macroeconômico. Insistindo em rotas equivocadas, como em taxas de juros totalmente
fora do esquadro mundial, a economia brasileira pouco aproveitou a conjuntura internacional
mais benigna em décadas. Resta
torcer para que esse ciclo externo favorável ainda perdure por
alguns anos e que da campanha
presidencial surjam idéias e quadros capazes de superar a maldição do crescimento baixo.
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