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APOIO À ARGENTINA
Depois de um dramático período em que crise econômica e
institucional entrelaçaram-se, levando o país à beira do caos, a Argentina
procura reencontrar o caminho da
normalidade. Depois de cair 10,9%
em 2002, a economia retoma a rota
do crescimento. De acordo com o
Instituto Nacional de Estatística (Indec), a atividade industrial aumentou
17,6% nos cinco primeiros meses de
2003, comparativamente ao mesmo
período do ano passado. O melhor
desempenho ocorreu no setor têxtil e
no metal-mecânico (excluídos os automóveis), impulsionados pelas vendas internas e por um processo de
substituição de importações. As quase-moedas -títulos emitidos pelas
Províncias- começam a sair de circulação, tendo o banco central já resgatado 39% desses bônus.
Também as negociações com o
Fundo Monetário Internacional evoluem para a assinatura de um acordo
de médio prazo, com a liberação de
dinheiro novo -o que seria um importante sinal para a comunidade internacional. A carta de intenções firmada em janeiro vence em agosto.
Ela permitiu apenas a rolagem das
dívidas com o próprio Fundo e com
organizações multilaterais.
A abertura de novas negociações
indica que FMI e governo argentino
conseguiram diminuir suas divergências. De um lado, o Fundo pressiona para o governo definir estratégias e tomar medidas que melhorem
a relação e a confiança dos investidores. De outro lado, o presidente Néstor Kirchner define os limites da negociação ao afirmar que não assinará
nada que não possa cumprir, acrescentando que "a base do acordo é a
sustentabilidade interna". Kirchner
demonstrou que não está apenas
exercitando sua retórica: anunciou
que instituirá controles para o capital
especulativo, visando evitar uma excessiva valorização do peso, que prejudicaria as exportações -vitais para
a recuperação do país.
Assim, com sua auto-estima e suas
instituições em claro processo de recuperação, o país vizinho começa a
fortalecer-se -o que é auspicioso
para todos.
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