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São Paulo, sábado, 28 de junho de 2003

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APOIO À ARGENTINA

Depois de um dramático período em que crise econômica e institucional entrelaçaram-se, levando o país à beira do caos, a Argentina procura reencontrar o caminho da normalidade. Depois de cair 10,9% em 2002, a economia retoma a rota do crescimento. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (Indec), a atividade industrial aumentou 17,6% nos cinco primeiros meses de 2003, comparativamente ao mesmo período do ano passado. O melhor desempenho ocorreu no setor têxtil e no metal-mecânico (excluídos os automóveis), impulsionados pelas vendas internas e por um processo de substituição de importações. As quase-moedas -títulos emitidos pelas Províncias- começam a sair de circulação, tendo o banco central já resgatado 39% desses bônus.
Também as negociações com o Fundo Monetário Internacional evoluem para a assinatura de um acordo de médio prazo, com a liberação de dinheiro novo -o que seria um importante sinal para a comunidade internacional. A carta de intenções firmada em janeiro vence em agosto. Ela permitiu apenas a rolagem das dívidas com o próprio Fundo e com organizações multilaterais.
A abertura de novas negociações indica que FMI e governo argentino conseguiram diminuir suas divergências. De um lado, o Fundo pressiona para o governo definir estratégias e tomar medidas que melhorem a relação e a confiança dos investidores. De outro lado, o presidente Néstor Kirchner define os limites da negociação ao afirmar que não assinará nada que não possa cumprir, acrescentando que "a base do acordo é a sustentabilidade interna". Kirchner demonstrou que não está apenas exercitando sua retórica: anunciou que instituirá controles para o capital especulativo, visando evitar uma excessiva valorização do peso, que prejudicaria as exportações -vitais para a recuperação do país.
Assim, com sua auto-estima e suas instituições em claro processo de recuperação, o país vizinho começa a fortalecer-se -o que é auspicioso para todos.


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