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São Paulo, sábado, 28 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

UTI
"Fiquei muito satisfeito com a declaração do ministro Antonio Palocci Filho, que afirmou que o Brasil tinha saído da UTI ("Brasil já deixou a UTI, diz Palocci", Primeira Página, 26/6). Usando a mesma linguagem hospitalar do ministro, só espero que a conta da UTI não acabe sobrando para todos nós, pois essas contas costumam ser muito altas."
Luigi Petti (São Paulo, SP)

Alca
"De uma forma simples, o professor Demétrio Magnoli ("Capitulação", "Tendências/Debates", 26/6) mostrou como Lula está minando o legado do governo de FHC. A aceitação da Alca de forma submissa e amestrada, como Lula fez diante do "todo-poderoso" George W. Bush, mostra o quão enganados foram os brasileiros nas eleições. O antigo líder sindicalista hoje parece que se tornou um pelego internacional. Será que Lula se esqueceu do plebiscito que seu partido ajudou a organizar contra a Alca e a favor do calote da dívida externa? Agora ele e sua turma sentam-se à mesa com o "chefão" e dão a entender que a Alca é algo bom para o Brasil, que tudo no país está uma maravilha e que os interesses dos EUA são os mesmos que os do Brasil. A Alca pode até ser algo bom, mas não da forma desprotegida como o comércio exterior do Brasil se encontra. Quando os usineiros forem bater à porta do Planalto pedindo salvação, pois a exportação de açúcar brasileiro poderá ir para o vinagre, Lula dirá que "não permitirá que isso aconteça". O PT e seus satélites ficaram por oito anos chamando Fernando Henrique de "capacho do imperialismo ianque". E agora?"
Henrique Affonso de André Sobrinho (São Carlos, SP)

90
"Lula disse: "Não adianta plantar o seu feijãozinho e querer que ele nasça em dez dias. Não vai nascer. Vai ter de esperar 90 dias. Assim é a política. As coisas não acontecem no tempo que a gente quer. Elas acontecem no tempo que a gente prepara para elas acontecerem". Delfim já dizia em priscas eras: "Temos de esperar o bolo crescer para então reparti-lo". Mais difícil ainda é fazer a divisão com o bolo a encolher a cada dia que passa. Isso não se dará em 90 dias, não, presidente. Particularmente acho que nem em 90 anos. Aliás, há gente que diz estar esperando há mais de 500 anos. O presidente não deveria fazer escárnio do povo. O estômago não pode esperar dez dias, o que dizer 90... anos. Olhai os garis do Rio e os lírios do campo, presidente!"
Antonio Seben (Campo Grande, MS)

Adolescência
"Gostaria de dizer que me causou perplexidade a carta do pediatra Ricardo Gama Carneiro ("Painel do Leitor", 27/6), na qual ele critica a linguagem e as orientações do doutor Jairo Bouer (que julgo serem permeadas de compreensão e isentas de estereótipos e de preconceitos) no caderno Folhateen. É uma espécie de choque entre o tradicional e o novo. O missivista pretendeu criticá-lo naquilo que considero essencial na aproximação com os jovens: a linguagem e a transparência. Sobre o caso da garota de 13 anos que estava cheia de dúvidas e de culpas sobre sua sexualidade, perdida num mundo adulto de hipocrisia, pergunto: por que será que ela recorreu ao médico do Folhateen, e não à sua mãe, ao seu pai, aos seus professores ou mesmo ao seu pediatra?"
Ângela Luiza S. Bonacci (Pindamonhangaba, SP)

 

"Achei muito interessante a colocação do doutor Ricardo Carneiro quanto aos "conselhos" dados pelo doutor Jairo Bouer no Folhateen. Como pai de dois filhos e de uma filha (18, 15 e 12 anos), também tenho ficado indignado com as respostas desse colunista às dúvidas dos nossos adolescentes sobre sexualidade. Na minha casa e no grupo social do qual participo como voluntário no trabalho de preparar adolescentes para a vida, temos usado o caderno Folhateen para debater idéias, e a coluna do doutor Jairo tem sido útil para mostrar aos nossos jovens que alguns conselhos podem ser de péssima qualidade, mesmo quando vindos de pessoas qualificadas academicamente. Sugiro que a Folha examine melhor a coluna do doutor Jairo Bouer, cujos conselhos podem ser resumidos em: 1) se você se sente bem em fazer tal coisa, vá em frente e não ligue para mais nada, 2) use camisinha e 3) se não o ajudei, procure um terapeuta."
Adilson M. Benevenuto (São Paulo, SP)

Oriente Médio
"Lamentável o desconhecimento do leitor Hicham Dib ("Painel do Leitor", 26/6) acerca da religião judaica. Primeiro, porque o judaísmo segue o Velho Testamento, cujo principal dogma é "ama ao próximo como a ti mesmo", preceito esse seguido também no cristianismo. Segundo, porque não somente o Hizbollah como o povo árabe em geral almejam a extinção do Estado de Israel e do povo judeu, ao passo que Israel busca uma convivência pacífica entre os dois povos. Terceiro, porque, se o leitor não vislumbra o anti-semitismo nos meios de comunicação, de duas, uma: ou só pensa em si e no seu povo ou corrobora a afirmativa segundo a qual alguns meios de comunicação são financiados pelos árabes."
Helena Kessel (Curitiba, PR)

Cultura
"Diferentemente do que escreveu o jornalista Diego Assis no caderno Brasil (pág. A12) em 26/6 ("Cunha Lima expõe as contas da TV Cultura, e deputados pedem CPI') sobre minha fala na Assembléia Legislativa de São Paulo, afirmei que houve um aumento de 500% nas receitas próprias e um aumento de 53% nos repasses feitos pelo governo do Estado de São Paulo, independentemente dos contingenciamentos de verbas para os investimentos. Quanto à relação do governo com a Fundação Padre Anchieta, o jornalista omitiu a informação que prestei aos deputados sobre o encontro com o governador, no qual ele dedicou duas horas de sua agenda à análise dos problemas da TV Cultura, das liberações de verbas e do condicionamento de recursos para investimento ao aumento da arrecadação do ICM. O repórter preferiu esquentar informações anteriores a esse encontro com o intuito de fabricar animosidade entre esta administração e o governo do Estado, além de sonegar ao leitor da Folha o conteúdo de quase duas horas de informações prestadas por mim democraticamente aos deputados."
Jorge da Cunha Lima, presidente da Fundação Padre Anchieta (São Paulo, SP)

Ibirapuera
"Agradeço ao Ministério Público por se preocupar com o verde da cidade de São Paulo. A grande dúvida que resta é o porquê de a prefeitura não construir auditórios em áreas que necessitem desses equipamentos culturais, como a zona leste ou o Jardim Ângela. Prefere, em lugar disso, destruir áreas verdes da região nobre da cidade."
Marcio March Garcia (São Paulo, SP)

Segurança
"Sobre o artigo de Marcelo Takaoka ("A sociedade da confiança", "Tendências/ Debates", 23/6), quero manifestar minha apreensão com o modelo de sociedade que ele desenha. O fato de os cidadãos serem constantemente vigiados e avaliados pelos outros reflete, a meu ver, uma sociedade de "desconfiança". O terceiro parágrafo é particularmente assustador. Como essa suposta "autoproteção" diminuiria o número de atentados terroristas permanece para mim um mistério. Além disso, o autor logo abre enorme espaço para um retrocesso democrático, já que diz que, no Oriente, "é a sociedade que julga, e não a Justiça". Essa idéia está na base de todos os linchamentos."
Marcel Novaes (São Carlos, SP)


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