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EMPREGO EM SÃO PAULO
No mesmo sentido dos resultados da pesquisa mensal do IBGE, o desemprego na região metropolitana de São Paulo, apurado pela
Fundação Seade e pelo Dieese, caiu
em junho, atingindo 19,1%. Foi a segunda queda consecutiva, depois do
pico de 20,7% de abril. O índice ainda é extremamente alto e reflete a difícil situação do mercado de trabalho
na maior cidade do país.
A pesquisa traz, no entanto, alguns
bons sinais, que, se não chegam a
despertar entusiasmo, sugerem impactos positivos da recuperação da
atividade econômica sobre as contratações. Tanto a indústria quanto o
comércio e os serviços criaram mais
vagas do que fecharam, e o rendimento médio auferido pelos trabalhadores mostrou sua primeira reação neste ano.
O declínio do desemprego foi decorrência da criação de 107 mil postos de trabalho, quantidade suficiente para absorver aqueles que buscaram uma vaga no mês de junho (58
mil) e para reduzir o total de desempregados. Este, no entanto, encontra-se em nível ainda muito alto: um
"exército" de 1,911 milhão de pessoas
estava sem emprego na região metropolitana no mês passado, segundo a pesquisa.
O quadro, portanto, parece de gradual melhoria, num cenário marcado pela precariedade. O alto desemprego na Grande São Paulo é um
problema grave, com reflexos negativos em diversas áreas. O fenômeno
certamente está ligado ao padrão de
crescimento baixo e descontínuo da
economia brasileira, mas possui
também características relacionadas
ao perfil econômico da cidade e às
mudanças por que tem passado o setor produtivo nas últimas décadas.
Mesmo com a confirmação da reativação da economia, não se devem
esperar mudanças mais drásticas no
desemprego de São Paulo. Para que a
situação possa mudar de maneira
significativa, será preciso que a retomada da atividade econômica se
transforme num processo de crescimento robusto e continuado -algo
que, neste momento, é uma possibilidade, mas não uma garantia.
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