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BOM SALDO
As contas externas brasileiras
continuam apresentando excelentes resultados. Segundo o Banco
Central, o saldo em transações correntes (todas as trocas de bens e serviços com o exterior) foi de US$ 5,3
bilhões entre janeiro e junho -o melhor resultado desde 1947. O recorde
esteve associado ao bom desempenho da balança comercial, que apresentou superávit de US$ 19,7 bilhões
-um inesperado crescimento de
31% sobre igual período de 2004.
Aproveitando a acentuada desvalorização do dólar em relação ao real,
as empresas multinacionais remeteram US$ 6,1 bilhões em lucros e dividendos para o exterior, valor 69,5%
maior do que o registrado no ano
passado. Também reflexo do câmbio, a diferença entre os gastos de turistas brasileiros no exterior e os de
estrangeiros no país ficou negativa
em US$ 220 milhões -ela que era
positiva em US$ 370 milhões no
mesmo período de 2004.
Mesmo com a manutenção do dinamismo das exportações, a relação
entre superávit e PIB caiu de 2,19%
em abril para 2,01% em maio e 1,86%
em junho. Em contrapartida, prosseguiu o processo de redução do estoque do endividamento externo.
Excluídos os empréstimos entre
companhias com sede no país e no
exterior, a dívida externa caiu para
US$ 199,8 bilhões em abril, chegando pela primeira vez a menos de US$
200 bilhões desde dezembro de 1997.
As amortizações da dívida, juntamente com o aumento das reservas
internacionais, que totalizaram US$
59,9 bilhões, são uma boa notícia,
pois ampliam a solvência do país.
É preciso reconhecer que a forte valorização do real, utilizada pelo BC
para perseguir a meta de inflação,
não foi até aqui suficiente para causar estragos no saldo comercial. Esses processos demandam tempo -e
outros fatores têm servido de compensação. Seria uma temeridade, porém, considerar que a taxa de câmbio
se encontra numa posição adequada
para estimular a ampliação das exportações no futuro próximo.
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