São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2005

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BOM SALDO

As contas externas brasileiras continuam apresentando excelentes resultados. Segundo o Banco Central, o saldo em transações correntes (todas as trocas de bens e serviços com o exterior) foi de US$ 5,3 bilhões entre janeiro e junho -o melhor resultado desde 1947. O recorde esteve associado ao bom desempenho da balança comercial, que apresentou superávit de US$ 19,7 bilhões -um inesperado crescimento de 31% sobre igual período de 2004.
Aproveitando a acentuada desvalorização do dólar em relação ao real, as empresas multinacionais remeteram US$ 6,1 bilhões em lucros e dividendos para o exterior, valor 69,5% maior do que o registrado no ano passado. Também reflexo do câmbio, a diferença entre os gastos de turistas brasileiros no exterior e os de estrangeiros no país ficou negativa em US$ 220 milhões -ela que era positiva em US$ 370 milhões no mesmo período de 2004.
Mesmo com a manutenção do dinamismo das exportações, a relação entre superávit e PIB caiu de 2,19% em abril para 2,01% em maio e 1,86% em junho. Em contrapartida, prosseguiu o processo de redução do estoque do endividamento externo.
Excluídos os empréstimos entre companhias com sede no país e no exterior, a dívida externa caiu para US$ 199,8 bilhões em abril, chegando pela primeira vez a menos de US$ 200 bilhões desde dezembro de 1997. As amortizações da dívida, juntamente com o aumento das reservas internacionais, que totalizaram US$ 59,9 bilhões, são uma boa notícia, pois ampliam a solvência do país.
É preciso reconhecer que a forte valorização do real, utilizada pelo BC para perseguir a meta de inflação, não foi até aqui suficiente para causar estragos no saldo comercial. Esses processos demandam tempo -e outros fatores têm servido de compensação. Seria uma temeridade, porém, considerar que a taxa de câmbio se encontra numa posição adequada para estimular a ampliação das exportações no futuro próximo.


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