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R$ 1.717 POR MÊS
O Estado de São Paulo desembolsa
mensalmente R$ 1.717 para manter
cada interno em unidades da Febem,
a desmoralizada Fundação Estadual
do Bem-Estar do Menor. A cifra é ainda mais espantosa quando se considera que 87% das famílias brasileiras
não chegam a ter esse rendimento
médio mensal, para não falar das famílias de internos da Febem. Vale
lembrar que o poder público brasileiro despende R$ 47 mensais por aluno matriculado no ensino fundamental. Comparação triste, mas
muito próxima da realidade da Febem, é que um interno da instituição
custa ao Estado de São Paulo pouco
menos que quatro presidiários.
Com o que gasta a Febem por interno, o Projeto Axé baiano atende a
mais de sete crianças de rua com reconhecido sucesso, embora não tenha gastos com segurança, por
exemplo. No Pará, uma fundação homóloga à paulista desembolsa, por
interno, a quantia de R$ 650.
Com R$ 1.717, seria possível, por
exemplo, matricular uma criança em
um colégio de elite na cidade de São
Paulo e ainda arcar com outros gastos mensais. Em outras palavras, a
quantia seria bastante para sustentar
uma criança de classe média.
Mas o que oferece a Febem está longe de justificar tão alto dispêndio:
instalações precárias onde se amontoam crianças e adolescentes, onde
com frequência são vítimas de maus-tratos e humilhações, onde passam
frio e estão sujeitos a condições de higiene precárias. Pouco ou nada oferece em termos educacionais. Fica bem
cara, portanto, a mensalidade desse
curso que, completado, diploma notórios bandidos mirins.
Bem-vinda será a iniciativa de desmontar a Febem, esse sorvedouro de
gerações de adolescentes e de dinheiro público, atitude mais que prioritária e que deve ser levada a termo por
políticos, juízes, promotores e, muito importante, pela sociedade civil.
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