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 São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2003 |
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PAINEL DO LEITOR Incoerência "É no mínimo incoerente a alegação do presidente Lula da Silva, que entende inoportuna a sua intromissão em "assuntos internos" de Cuba ("Não vou palpitar na política de Cuba, diz Lula", pág. A8, 26/9). No momento em que postula uma posição permanente no Conselho de Segurança da ONU, deveria saber que, em algumas situações, é, sim, necessária tal intervenção, sob pena do malferimento irreversível de direitos fundamentais do homem do ponto de vista individual, mas sobretudo desse homem inserido numa sociedade não apenas "nacional", mas já agora global." Andrea Metne Arnaut, procuradora do Estado (Brasília, DF) Ortodoxia "Cooptar deputados e liberar verbas em troca de emendas nunca foi prática "não-ortodoxa" na Câmara dos Deputados e em outras esferas do Legislativo neste país. Pelo contrário, é costumeiro na política brasileira. O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, reconhece e diz que "é uma coisa residual (sic), uma coisa tão pequena que pode ser considerada rotina" ("João Paulo admite práticas não-ortodoxas", pág. A5, 26/9). Se é rotina, não se trata de heterodoxia, e se é coisa tão pequena, residual, devo concluir -envergonhado- que os deputados cooptados estão mais baratos." Pedro E. Erichsen Pereira Bompeixe (Curitiba, PR) Oriente Médio "Considero de grande importância a atitude do grupo de 27 pilotos da Força Aérea de Israel, que está se negando formalmente a realizar ataques aéreos nos territórios palestinos ocupados. Sem se intimidarem diante da ira das altas autoridades militares israelenses, os corajosos pilotos alegam categoricamente que não querem mais participar de missões que, invariavelmente, acabam atingindo civis inocentes, inclusive crianças. Essa é uma lição de integridade e de bom senso, um belíssimo gesto de verdadeiro heroísmo, que faz parecer possível ainda ter fé e esperança na humanidade, em sua vocação para a paz, mesmo onde e quando parece predominar a insanidade do espírito bélico. O mundo inteiro deveria aplaudir esses heróis." Martônio Ribeiro (Ribeirão Preto, SP) Devedores "Muitas pessoas no Brasil criticaram o "calote" dado pela Argentina no FMI. O Brasil parece aquela pessoa que tem vários cartões de crédito, cheques especiais, está entupida de dívidas e vai mantendo seu status de "bom cliente", fazendo dívidas novas para pagar dívidas velhas. A Argentina mais parece aquele humilde e honrado trabalhador que, apesar de dever, reconhece sua difícil situação, explicita-a aos seus credores e consegue condições mais favoráveis para honrar sua dívida, podendo assim ter a esperança de que um dia deixará de dever. O presidente da Argentina é o espelho do Lula pré-eleições de 2002." Paulo Emilio Santiago (São Paulo, SP) Lugar ao sol "Parabenizo o colunista Elio Gaspari pelo artigo "Feliz o analfabeto que não lê este artigo", publicado em 24/9, e espero que o mesmo consiga alarmar as pessoas responsáveis pela mudança desse quadro. Infelizmente sou uma das diplomadas desempregadas a que se refere o artigo. Que país é este onde quem estuda não consegue um lugar ao sol? Para que abismo estamos caminhando? Valerá a pena investir somente em educação, se não temos oportunidades de colocar a mão na massa e ganhar nosso salário? Votei no Lula e confesso que ainda espero por um Brasil melhor." Elaine Cristina Wada Lopes (Ribeirão Preto, SP) Luxo "É profundamente lamentável e vergonhoso que a nobre ministra Benedita da Silva esteja usando verbas públicas para passar alguns dias num dos melhores hotéis de Buenos Aires, com diárias acima de US$ 400, enquanto aqui muitos dos seus companheiros passam fome. Independentemente de filiação partidária, isso é algo que não podemos e não devemos aceitar. O poder realmente muda as idéias e os conceitos." Antonio José G. Marques (São Paulo, SP) Destino merecido "Este país merece mesmo o destino que tem tido: concentração de renda pior que a da África do Sul, último lugar em entendimento de textos, corruptos e corruptores tidos como "espertos" e, para completar, o marqueteiro ex-Maluf, atual PT, apreciando brigas de galo, "só para relaxar'! Fico extremamente orgulhosa por ter nascido e continuar vivendo por aqui." Sonia Maria Marcelino (São Paulo, SP) Soja "Só há uma palavra para classificar a decisão do governo de liberar o plantio da soja transgênica: irresponsabilidade. Gostaria de saber do governo como será feito o controle da comercialização, dos danos ambientais que poderão ocorrer e, principalmente, dos danos que podem ser causados ao homem. Como nós, consumidores, poderemos saber se um produto foi feito a partir da soja transgênica ou se um frango ou um boi consumiram ração produzida com soja transgênica? Aposto que, se todos os produtos transgênicos fossem realmente rotulados, eles ficariam encalhados nas prateleiras dos supermercados. O governo se esqueceu de ouvir o que o povo deseja e cedeu às pressões dos lobbies das multinacionais. Se os transgênicos fossem realmente bons, não haveria nenhuma restrição na Europa." Sergio Honda (São Paulo, SP) 
"A CNBB acaba de condenar os transgênico, por causa do "impacto ambiental". Antes de tomar essa decisão, não seria melhor consultar a Conferência dos Bispos dos Estados Unidos ou suas coligadas da Europa, para ver o que aconteceu lá? Como se sabe, os transgênicos já vêm sendo utilizados desde 1995." Marcilio M. Silveira de Noronha (Belo Horizonte, MG) Aposentadoria "Lemos, no "Painel do Leitor" do dia 19/9, resposta ao leitor Dorival Rosseto, da cidade de Assis, que reclamou das perdas dos aposentados. A resposta, dada pelo sr. José Luiz de Lima, assessor de imprensa da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, deixou os aposentados estarrecidos, pois informa que os servidores da Saúde paulistas, ativos e inativos, foram beneficiados pelo governo do Estado com um aumento salarial, entre dezembro de 1994 e abril de 2003, de 206% em valores nominais -56%, se descontada a inflação. Gostaríamos, senhor secretário, que nos fosse encaminhado o número dessas leis pródigas." Arnaldo J. Ponzio dos Santos, presidente da Aepesp - Associação dos Executivos Públicos do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) Texto Anterior: Jorge Bornhausen: O PT contra a classe média Próximo Texto: Erramos Índice |
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