São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Aborto
"O pensamento de Sérgio Cabral é simples: você mata o marginal antes que ele nasça. Mas nem todo favelado é bandido, traficante, assassino, mau-caráter. Então, além de matar o "criminoso" antes que tenha sido concebido, ele elimina uma gama de pessoas inocentes. Cabral reconhece a ineficiência do Estado -mas apenas sobre não conseguir arcar com os custos dos abortos. Não sei se passou pela cabeça do governador algo sobre arcar com os custos de um sistema de educação de qualidade, em investir no ensino de base das escolas estaduais do Rio, para que essas crianças que ele propõe matar não sejam marginais caso venham a nascer marginais, no sentido de estar à margem, fora da sociedade. Temos um grave problema de segurança e não é com capitães Nascimento ou com aborto que isso terá alguma resolução. A solução é educação."
PAULO OTÁVIO DIAS PINTO (São Paulo, SP)
 

"Li na Folha a opinião de articulistas a respeito da declaração de Sérgio Cabral. Mas creio que quem melhor enfrentou a situação foi Barbara Gancia, que indaga: "Um indivíduo sem estrutura familiar, sem educação, que não recebeu afeto e condições mínimas de higiene, não terá mais chances de se tornar violento?" Seu artigo é importante principalmente neste momento em que no Brasil emitir opiniões que contrariam o politicamente correto tornou-se perigoso. Que tal fazer a pesquisa que Barbara sugeriu?"
CELSO ANTÔNIO ROSSI (Jacarezinho, PR)
 

"A ligação que o governador Sérgio Cabral faz entre altas taxas de fertilidade e índices de violência, concluindo pelo seu apoio à descriminalização do aborto, indica uma argumentação que beira à política nazista, além de mostrar toda a ignorância de um chefe de Estado sobre os complexos fatores sociais envolvidos na discussão. Sua fala é vergonhosa e nada faz para apoiar a luta pela descriminalização do aborto, cujos argumentos em nada se assemelham com os do governador, mas estão baseados no direito de decidir e na autonomia da mulher sobre seu corpo. É uma pena ver a busca legítima pela descriminalização do aborto ser vinculada a argumentos de porte preconceituoso, segregativo e nazista como o do governador. Em um momento tão importante para a discussão no Brasil, Cabral não auxilia em nada para esclarecê-la, mas dissemina a ignorância e a resistência que já existem sobre o tema. Poderia muito bem estar no time contrário."
TEREZA PERAZZA (Belo Horizonte, MG)
 

"Como dizia o filósofo Joãosinho Trinta, intelectual gosta mesmo é de miséria. Já o governador Sérgio Cabral, mais tosco e menos hipócrita, tem a coragem de falar abertamente o que todo mundo pensa: que favela é fábrica de miséria e, conseqüentemente, de criminalidade. E falar abertamente o que se pensa é um pecado imperdoável no Brasil de hoje em dia."
ELIANA ATIHÉ (São Paulo, SP)

Sindicatos
"Com relação ao editorial "Trama fracassada" (24/10), gostaria de informar que a emenda de minha autoria, que assegura ao trabalhador o direito de optar pelo pagamento ou não da contribuição sindical, não incluiu os sindicatos patronais porque, naquela ocasião, discutiam-se apenas questões relacionadas aos trabalhadores. No entanto, na seqüência da aprovação da emenda, precisamente no dia 19/10/2007, apresentei projeto de lei que também torna optativa a contribuição sindical para os sindicatos patronais. Sugeri, inclusive, ao senador Paulo Paim que inclua essa medida relativa aos empregadores no momento em que o projeto estiver sendo debatido no Senado."
AUGUSTO CARVALHO , deputado federal (Brasília, DF)

Greve
O mínimo que se pode dizer da decisão do STF cerceando o direito de greve no funcionalismo público é que essa interpretação beira o cinismo e parece ter sido feita para agradar o governo. Se o STF declara que, enquanto não se regulamenta o direito de greve, os funcionários deverão seguir as regras da CLT quando da deflagração de greve, dever-se-ia entender que a Justiça do Trabalho mediaria os conflitos trabalhistas entre os funcionários e o Estado-patrão. Mas esse não é entendimento do STF: para o Supremo, os funcionários públicos só têm obrigações e direito algum. É por essas e outras que a Justiça brasileira está totalmente desmoralizada aos olhos da população pobre e remediada. Neste país as leis nunca foram equânimes, mas elaboradas para acobertar os malfeitos dos poderosos."
LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA PINTO , presidente do Sindicato dos Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Trabalho escravo
"Não há razão para a senadora Kátia Abreu "engavetar" a PEC 438, que prevê o confisco de propriedades em que haja uso de trabalho forçado ou em condição análoga à de escravo, sob o argumento de que falta "definição do que seja trabalho escravo". O Brasil ratificou as convenções da OIT que tratam do assunto e que foram citadas pela senadora, adotando o direito brasileiro a regra de que a norma internacional ratificada integra o ordenamento jurídico. Além disso, há a redação do artigo 149 do Código Penal Brasileiro ("crime de redução à condição análoga à de escravo'). O conceito de trabalho escravo já está claro no direito brasileiro há tempos e no caso em discussão não necessita estar no texto constitucional para se fazer valer. O que falta é compromisso ético, com a sociedade, por parte da bancada ruralista do Congresso."
CAMILLA DE VILHENA BEMERGUIRYS , auditora fiscal do Trabalho (Presidente Prudente, SP)

Remédios e justiça
Com referência ao editorial "Médicos Togados" (22/10), desejo informar que trabalho no Núcleo de Prática Jurídica, em que os alunos do curso de direito fazem estágio. Aqui atendemos a população carente de minha cidade e acionamos a Justiça para que esta mesma população receba os medicamentos necessários à sua sobrevivência, gratuitamente. Além disso, está na hora de o governo utilizar os altos impostos que pagamos em benefício das pessoas necessitadas e usar o total da famigerada CPMF para a saúde. Se as pessoas carentes forem esperar pelos técnicos ou pelo governo podem encomendar a urna funerária."
RITA DE CÁSSIA FAVA GARCIA (Curitibanos, SC)

Leite
"A respeito da carta do sr. Túllio Marco Soares Carvalho (24/10) culpando o capitalismo pelo problema do leite adulterado, convém lembrar que no paraíso socialista da China esses dias atrás houve fabricação de brinquedos contaminados com tintas tóxicas. Levar uma questão criminosa para o lado ideológico é demais."
CLECIO CRUZ MENDES (São Paulo, SP)

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