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PAINEL DO LEITOR
A ameaça dos ônibus
"O fato de motoristas e cobradores de
ônibus entrarem em greve em São Paulo
não me deixa surpreso.
O que me causa horror é eles usarem os
ônibus como arma, causando engarrafamentos enormes e dificultando o direito
de as pessoas transitarem livremente pela cidade. O mais estranho é que não havia nenhuma multa nos ônibus estacionados em lugares proibidos. Qual o motivo de terem tratamento privilegiado?"
Marco Antonio Martignoni
(São Paulo, SP)
A Aids e as crianças
"A Folha de ontem traz notícias alarmantes para mulheres e crianças do
mundo inteiro. A Aids tem feito das
crianças suas piores vítimas, seja pelo
efeito direto, contaminadas até mesmo
quando em gestação, seja pelo indireto,
a orfandade, já que os índices de contaminação entre as mulheres têm crescido
ano a ano.
Associada à miséria e à pobreza, a
doença é ainda mais devastadora, privando a criança de condições mínimas
de sobrevivência, do convívio social e escolar e, em alguns casos, transformando-a em mercadoria de troca: em Zâmbia, crianças estão sendo vendidas pelos
pais! Urge que o problema da Aids seja
tratado como uma questão global, por
governantes de todo o planeta, com programas que controlem a epidemia e seus
efeitos, sobretudo nas crianças e nos
adolescentes."
Ana Maria Wilheim, superintendente da
Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e
do Adolescente (São Paulo, SP)
Sentença de morte
"A Nigéria decidiu sumariamente aplicar a pena de morte para a jornalista que
escreveu que as candidatas ao título de
Miss Mundo são tão belas que até o profeta Muhammad se casaria com uma delas. Isso desencadeou a fúria de fundamentalistas islâmicos contra cristãos.
Em nome da liberdade de expressão e
dos mais profundos princípios humanitários, que devem estar acima de religiões e dogmas, que se registre o mais
veemente protesto por essa atitude. É
uma vergonha para a humanidade."
Celio Levyman (São Paulo, SP)
"Depois do genocídio na Nigéria, grupos feministas agora tentam boicotar o
concurso em Londres. Por favor, deixem
as meninas concorrerem em paz.
Não vão alterar em nada o curso deste
planeta. Será que elas são culpadas de alguma coisa?"
Marco Wandercil (Campinas, SP)
Divisão de responsabilidade
"Acho absurdo só o Estado ter de arcar
com as indenizações aos donos da Escola
Base, que tiveram suas vidas praticamente destruídas por mães irresponsáveis e pela mídia sensacionalista."
Helena Yukie Tawaraya
(São Paulo, SP)
Abuso em estradas
"O que a fiscalização nas estradas tem
feito para punir os motoristas que trafegam pelo acostamento?
Sinto-me um otário ao enfrentar os
congestionamentos e ver centenas de
carros ultrapassando pelo acostamento.
Esses maus cidadãos prejudicam os
que seguem a lei, com a sensação de que
estamos vivendo num país de total impunidade. O que a Polícia Rodoviária
pensa em fazer para punir esses infratores? Alguém responde?"
Durval Tavares (São Paulo, SP)
Efeito das drogas
"É curioso observar como os as recentes barbáries -caso da família Von
Richthofen e do estudante de direito que
matou a avó e sua empregada- fizeram
a culpa recair quase totalmente nas drogas. Os coitadinhos não tiveram assim
tanta culpa. É fácil transformar substâncias psicoativas nos vilões da história. O
difícil é perscrutar com clareza os abismos da personalidade de cada um."
Flávio Guimarães De Lucca (Limeira, SP)
Teoria e prática
"Luiz Inácio Lula da Silva critica Fernando Henrique Cardoso por ter deixado servidores sem aumento. O candidato
Lula tem todo o direito, até a obrigação,
de dizer isso no afã de conseguir votos,
mas o presidente já eleito Lula não.
Ele tem a obrigação de dar aumento
aos servidores já no dia 2 de janeiro. Não
o fazendo dá aos brasileiros o direito de
chamá-lo, no mínimo, de demagogo."
Mario Ladosky
(Bragança Paulista, SP)
Alíquota de imposto
"Por que prorrogar a alíquota de 27,5%
do Imposto de Renda? Essa diferença na
mão dos trabalhadores não ajudaria na
recuperação da economia?
Será que um governo que se diz moderno, como o PT sempre propagou, não
enxerga esse beneficio?"
Pedro Rinaldi (Franca, SP)
"Não concordo com algumas cartas
publicadas neste "Painel" sobre incoerência do PT em querer impostos altos
agora que é governo, diferentemente do
que pregava quando era oposição. Os
impostos têm de ser altos, infelizmente,
porque o Estado está endividado e falido. Sem os impostos, teriam de dar calote nos credores.
A situação atual do Brasil é culpa da
política neoliberal que dominou a todos
na última década. Só caberão críticas ao
PT se sua política econômica não reverter o quadro de deterioração iniciado pelo governo anterior."
José Menezes Netto (Macaé, RJ)
Lição de casa
"Gostaria de cumprimentar a Folha
pelo esclarecedor artigo "Rumo" escrito
pelo colunista Roberto Mangabeira Unger (Opinião, pág. A2, 26/11), em que explica a direção que o país necessita tomar. A meu ver, trata-se de um material
indispensável e didático, contendo as
principais medidas a serem realizadas
no governo Lula.
Sugiro que a equipe do presidente eleito utilize-o frequentemente antes de
sentar à mesa de negociação."
Luiz Gonzaga Bertelli Jr. (São Paulo, SP)
Coragem duvidosa
"A declaração do senador eleito Aloizio
Mercadante de que o governo do PT promete "jogar duro" com os EUA nas relações comerciais é hilariante. Eu não sabia
que os governantes de um país como o
nosso, movido a dívidas, ainda conseguia "falar grosso"."
Augusta Maria de Souza Guimarães
(São Paulo, SP)
Valorizar o médico
"Ser médico não é tão "bonito" como
achava na infância. Ainda mais quando
se trabalha em serviços públicos. O médico é desrespeitado em todos os níveis.
A maioria dos pacientes cobra a demora
para receber atendimento, sendo que o
profissional nada tem a ver com a superlotação dos hospitais.
Pronto-socorros viram postos de saúde em detrimento da sua razão de existir:
tratar doenças graves e/ou agudas. Cuida-se de um resfriado, enquanto há pacientes infartando na sala de espera.
Há necessidade de educar a população,
pois o médico merece tanto respeito
quanto o presidente ou um gari."
Cleophus James Dalton (Botucatu, SP)
Proteger os animais
"Quero registrar minha revolta com a
rinha de galos, que teve seu grande momento no Campeonato Brasileiro de Briga de Galo, em Salvador.
Justificar qualquer atividade que cause
sofrimento de um ser em prol da diversão de outro como sendo folclore ou cultura não é mais aceitável.
Também é triste ouvir as pessoas dizendo que esse não é um assunto relevante, já que vivemos em um país onde a
violência cresce a cada dia.
Incentivar esse tipo de crueldade contra os animais é permitir que atos parecidos também venham a ser praticados
contra seres humanos."
Kátia Okumura Oliveira (São Paulo, SP)
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