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São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Salário nas estatais
"Alguém precisa dizer ao senhor presidente da República que não pega bem ministros dobrarem ou até triplicarem seus salários, acumulando vencimentos da administração com pró-labores pagos por empresas estatais. A turma do Partido dos Trabalhadores precisa ser coerente com seus princípios. A ansiedade do passado não deve se transformar tão rapidamente na fascinação do presente."
Jayme de Almeida Rocha Netto
(Campinas,SP)

Animais
""Lula gosta de criar, matar e cozinhar coelhos". Essa afirmação foi dada aos chefs do vôo que o presidente fez a Paris, a caminho de Davos. Acho que o presidente está dando um péssimo exemplo, já que está procedendo em desacordo com a legislação, que proíbe o abate de animais em casa a não ser por "estado de necessidade, para saciar a fome", para "proteger lavouras" ou ainda por "ser nocivo o animal". Gostaria de deixar claro que este protesto nada tem a ver com política. Acredito que esta seja uma oportunidade de falarmos da Lei de Crimes Ambientais, que ainda é relativamente nova."
Yvonne Sanches Molina (São Paulo, SP)

Mais cortes
"Ao confirmar um aumento do superávit primário para mais de 4% do PIB, o ministro Antonio Palocci Filho acabou de enterrar qualquer esperança de mudança nos rumos macroeconômicos do governo Lula. Esse aumento deve provocar aumento de impostos e corte de gastos sociais e de investimentos em infra-estrutura -em suma, tudo de que o Brasil não precisa neste momento. O pior é que ele não vai resolver o problema da dívida pública brasileira, que continuará crescendo e exigindo novos aumentos de superávits, no melhor estilo "história sem fim". A única saída é a renegociação da dívida pública com o sistema financeiro, visando uma substancial redução de seus juros, e não somente sua rolagem. Isso pode parecer impossível e até utópico, entretanto é importante lembrar que muitos países ricos (Japão, EUA, Itália, Bélgica etc.) administram, com relativa tranquilidade, dívidas públicas muito mais altas pelo fato de pagarem juros muito mais baixos. Será que pedir igualdade de tratamento é tão absurdo? A equipe econômica do PT precisa parar de "ter medo de ser feliz"."
Luigi Petti (São Paulo, SP)

Passado no passado
"Uma grande parte dos eleitores de Lula já está tomando consciência de que o Partido dos Trabalhadores está jogando fora uma história de lutas. Pode-se imaginar a incômoda situação dos parlamentares petistas em explicar aos eleitores por que o partido está fazendo as mesmas coisas que antes condenava e por que o PT está desengavetando todos os projetos de FHC, num continuísmo explícito. Devem corar de vergonha se alguém perguntar quem foi o autor do slogan "governo de mudanças"."
Xavier Netto (Brasília, DF)

Novo velho
"Noticia-se que o governo Lula recebe mais de 80% de aprovação. Apesar de não ter votado no atual presidente, também aprovo o novo estilo de administrar o velho."
Paulo S. Cavalcanti (Ribeirão Preto, SP)

Segurança nas estradas
"Somente após a perda de preciosas vidas é que a Polícia Rodoviária resolveu agir, prometendo intensificar o patrulhamento nas estradas do litoral, a fim de evitar a repetição de crimes como os que vitimaram o procurador de Justiça Luís Felippe Ramos e a representante de vendas Regina Dias [mortos em rodovia paulista na qual pararam devido à colocação de pedras na pista". A colocação de pedras nas pistas pelos marginais é fato corriqueiro e, tivesse a polícia sido atuante, como promete agora, muitas vidas teriam sido poupadas. Tomara que, passado o impacto da notícia, não recomece a prática dos mesmos delitos. A concessionária que cobra pedágio pelo tráfego nas rodovias deve garantir a segurança dos usuários e ser responsabilizada nos casos em que falhar a sua vigilância."
Luiz Roberto de Oliveira Fortes (Iguape, SP)

Prédio
"A Folha erra ao afirmar que o processo pedindo autorização para obra no Campo Belo "ficou quatro meses retido na burocracia da Secretaria Municipal da Habitação" e, com isso, permitiu erguer-se um prédio de nove pavimentos, conforme reportagem publicada no dia 24/1 (Cotidiano) e o editorial "Brotos de Concreto" (Opinião, 27/1). O processo pedindo a licença para a construção do edifício foi aberto em 15 de agosto de 2002 e indeferido no dia 24 de setembro de 2002, com publicação no "Diário Oficial do Município". Negado o pedido, a responsabilidade legal sobre o início da obra é do proprietário, que deverá responder judicialmente pelo ato. A lógica de que seria possível construir depois do dia 24 de setembro, que a Folha pareceu acolher em seu texto, é a lógica do infrator, e não a da lei."
Vanice Cioccari, assessoria de imprensa da Sehab -Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Sílvia Corrêa - O processo foi protocolado na Sehab em 15 de agosto de 2002 e de lá só saiu com uma decisão final em 23 de dezembro de 2002. A primeira manifestação da secretaria sobre o caso demorou mais de um mês, permitindo que a obra fosse iniciada a partir de um decreto municipal (32.958/93). Se a obra não poderia continuar após 24 de setembro, caberia à Prefeitura de São Paulo impedir que vigorasse a lógica do infrator.

Às avessas
"Acho que o sr. Sergio Widder [representante do Centro Simon Wiesenthal na América Latina, que esteve no Fórum Social Mundial" deveria ler o teor contido em suas próprias palavras. Ao dizer que "tentam desjudaizar o Holocausto", verbaliza, veladamente, que as injustiças e atrocidades cometidas na história tiveram como vítimas apenas o povo judeu. Não podemos chamar o que acontece hoje, fruto da violência promovida pelo governo Sharon, de "holocausto palestino?'"
Maurício Saraiva de Campos (São Paulo, SP)

Doping
"Lamentável ver mais uma pessoa pública envolvida com drogas. Mais lamentável ainda quando se trata de atleta de seleção campeã mundial, como o caso do atacante Giba, do vôlei. Além de ter colocado em dúvida sua credibilidade e sua integridade, o caso envolvendo Giba fez mais uma vez o brasileiro ficar malvisto. Se usar maconha "é o maior barato", ela é também a principal porta para outras drogas, além de causar danos ao cérebro -se fosse boa, não seria ilegal."
Silvia Zuleika F. de Oliveira (São Paulo, SP)


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