São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 2002

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PAINEL DO LEITOR


Oriente Médio
"É com enorme alívio que leio o artigo do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, "Duas guerras que são uma só" ("Tendências/Debates", pág. A3, edição de ontem). Durante as últimas semanas, tenho assistido aos atos covardes do Estado de Israel, e é revoltante a passividade das autoridades internacionais para com essa situação. É absurdo como, no meio de tantas discussões sobre esse assunto, todos estejam satisfeitos com a superficial visão de Israel como um Estado se defendendo do terrorismo, sem se perguntar se não foi esse mesmo Estado quem criou uma situação insuportável para o povo palestino."
Naiara Sardinha Pinto (Campinas, SP)

"Publicar um texto como o do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite é corroborar com a propagação do anti-semitismo, um dos piores males que atravessam a história da humanidade. Comparar o extermínio de 6 milhões de judeus à guerra que hoje se trava no Oriente Médio foge aos princípios da racionalidade! Por que motivo os judeus foram massacrados pela Alemanha nazista? Não seria essa a simples pergunta? Os fatos estão aí para todos os que quiserem encará-los. E sinceramente acho que qualquer mente esclarecida consegue discernir bem o que é opinião e informação nessa guerra alimentada pela mídia."
Luize Valente (São Paulo, SP)


Domínio global
"É nojenta a política de George Bush e de certos governantes que se curvam e se rendem diante da dominação norte-americana. A domesticação dos povos é sua meta, e pouco a pouco vamos nos escravizando e vendo restringidas nossa liberdade social, política e comercial, sob pretexto de manter a ordem mundial, a paz e a democracia. Eles controlam o FMI, a ONU, o Banco Mundial. Financiaram terroristas, ditadores e continuam financiando guerras, políticos de sua preferência em países estratégicos. O momento da reviravolta chegou."
Carmen Sueli Geanezine (Santos, SP)


Cartões amarelos
"Realmente fantástica a regra dos cartões impostas pelo sr. Farah ao torneio Rio-São Paulo. Se era para punir o time mais violento, vale lembrar o retrospecto dos cartões vermelhos e amarelos de Palmeiras e São Paulo durante todo o torneio. Utilizaram somente os jogos das semifinais na nova regra. O mais incrível é os presidentes dos clubes aceitarem essa regra, que já entra para a história do futebol mundial como a mais esdrúxula, como vem afirmando a Folha.
Paulo Rogério Rocco (Tambaú, SP)

"Lamentável, mas aconteceu o que mais se pensava evitar: venceu o time que menos cartão amarelos levou, perdendo aquele que melhor campanha fez no presente campeonato. São por atos como esses que nosso futebol precisa ser remodelado, com pessoal com mente mais arejada e que não tenha em mente ações ou regulamentos esdrúxulos."
Rubens Caldari (Piracicaba, SP)


Sem roupa
"Apesar de adepto do nu, de sua exibição em qualquer situação, não posso deixar de protestar pela performance ocorrida no parque Ibirapuera, comandada pelo fotógrafo norte-americano Spencer Tunick. Refiro-me ao local escolhido para a manifestação artística: em frente à estátua de Ibraim Nobre, paulista de escol, promotor público, político e tribuno da Revolução de 1932."
Antonio Clarét Maciel dos Santos (São Paulo, SP)


Ética na TV
"Parabéns ao colunista Eugênio Bucci pelo artigo sobre ética na TV ["Nem mesmo a mínima ética", TV Folha, pág. 2, edição de ontem]. Não participo de nenhum desses sorteios tipo "Show do Milhão", mas se participasse me sentiria "roubado" ao ver políticos ou artistas que não se sacrificam para comprar a tal da revista [que permite a participação no programa] serem convidados e ainda receberem metade da premiação. Se fosse comigo, eu me sentiria um idiota, mas isso é típico desses programas que humilham seus participantes. Estes, em troca de fama, se submetem a comer todo tipo de porcaria, enquanto os apresentadores aumentam seus "ibopes" e racham de rir."
Fábio Moura (São Paulo, SP)


Reforma agrária
"Eu não sei de qual país falou o sr. Luiz Antonio Nabhan Garcia (nota "Questão agrária", "Painel do Leitor", pág. A3, edição de sábado), mas com certeza não é o meu, porque no meu país um dos grupos que vêm cometendo crimes, desestabilizando a ordem pública, marginalizando e hostilizando pessoas é o dos ruralistas latifundiários."
Fábio de Almeida (Florianópolis, SC)


Prisão contestada
"José Rainha foi preso porque a polícia encontrou no veículo em que ele estava uma arma de grosso calibre para a qual nenhum dos ocupantes tinha porte. Estranhamente, apenas um dos ocupantes do veículo foi "eleito" para a detenção. Mais inusitado ainda é a negativa de pedido de libertação dele. Há que lembrar que Rainha foi alvo de atentado à bala há pouquíssimo tempo. Quem o atacou foi preso, mas pouco depois libertado. Não defendo que o líder do MST passasse a andar armado ilegalmente por conta disso, mas não posso negar que o compreenderia se ficasse provado que a arma era dele. Novamente surge o temor de que o Estado esteja sendo colocado a serviço de interesses políticos e privados."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)


Imposto petista
"Já faz tempo que ouvimos falar em reforma tributária, reforma do Estado, só blablablá. O Estado continua gastando mais do que ganha, e os impostos continuam comendo o salário de quem ainda tem emprego. Na semana passada, finalmente ouvi uma declaração clara, direta e socialmente justa do que fazer para começarmos a consertar este país, feita pelo sr. Luiz Inácio Lula da Silva. Trocando em miúdos, é o seguinte: quem ganha mais paga mais. O que todos os países desenvolvidos fazem é cobrar mais de quem ganha mais, e isso é o que devíamos fazer aqui no Brasil também."
José Luis Vaccarini (Campos Gerais, MG)

"Lula pensa que o povo tem obrigação de sustentar os delírios de um governo que se julga o justo e o dono da verdade. Os candidatos normalmente omitem até a posse atitudes que agridam a classe média. Só que, pelas propostas lindas, [Lula] sempre solta sua real intenção." Roberto Moreira da Silva (Cotia, SP)


Perguntas
"Barbara Gancia, "a humilde datilógrafa", como ela mesma costuma dizer, mais uma vez merece aplausos por seu texto ["Alô, dona Marta! Só está faltando um convite do PFL!], Cotidiano, pág. C2, 26/4". Todas as perguntas colocadas à prefeita são pertinentes, e a fina ironia usada é, como sempre, deliciosa. Como cidadão, espero que dona Marta volte a ser a prefeita em quem votei."
Jerzy Mateusz Kornbluh (São Paulo, SP)


Novo modelo
"Alguns economistas descobriram que o mercado deveria definir tudo, todas as relações entre as pessoas. O mercado seria imparcial e justo, premiaria os mais esforçados, os mais lutadores. O mercado cuidou de selecionar os mais capazes ou mais espertos. O valor da pessoa fica em segundo plano. E não tem quem fale em nome do mercado, até parece que não há ninguém manipulando, direcionando, conduzindo. Então os sistemas de governo foram sendo moldados para atender às leis de mercado e não às leis da vida. Ora! Não dá para engolir essa de que devemos continuar vendo muitos passando fome até que o mercado resolva dar-lhes as sobras. Vamos mudar este país!"
José Antonio Moreira (São Bernardo do Campo, SP)


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