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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
A importância mundial do gás natural
Segundo as estimativas do Ministério de Energia dos Estados Unidos, o crescimento do consumo mundial de gás natural gira em torno de
2,2% anuais. Isso é válido para os próximos 20 anos. Trata-se de uma taxa
de crescimento superior à do consumo de petróleo -1,9%- e de carvão
-1,6% ("International Energy Outlook 2004, Washington: Department
of Energy").
A taxa de crescimento do consumo
nos países em desenvolvimento é ainda mais alta -cerca de 2,9% ao ano.
Em 2025, o consumo de gás natural
nesses países terá dobrado em relação
a 2001.
A evolução do consumo desse energético vem sendo acompanhada com
muita atenção porque o gás natural
constitui um substituto adequado e
flexível para o petróleo, que escasseia
ano a ano. Ademais, as reservas conhecidas de gás natural são suficientes
para o consumo mundial durante 61
anos.
As maiores reservas de gás natural
estão no Oriente Médio, no Leste Europeu, na Nigéria e nos países da ex-União Soviética. Mas o Brasil não está
mal nesse campo. Pesquisas recentes
descobriram reservas substanciais nas
Bacias de Campos e Santos, além de
outras regiões. E a Petrobras está
adiantada na construção de grandes
gasodutos. O trecho Campinas-Japeri,
por exemplo, estará concluído em novembro de 2005. No próximo ano, a
empresa dará início e terminará os
trechos Lorena-Poços de Caldas, Coari-Manaus e outros (Ricardo Vigliano,
"Cinquenta anos em quatro", Brasil
Energia, janeiro de 2005). Trata-se de
providências importantes para garantir uma parcela do montante da energia exigida por um país continental
que precisa crescer de forma sustentável durante muitos anos.
A participação do governo de São
Paulo na exploração e transporte de
gás natural tem sido igualmente responsável. Esse energético é crucial para a indústria e, futuramente, poderá
se tornar importante para o transporte público coletivo em todo o Estado.
Nos últimos anos, os avanços foram
significativos. Em 2000, os paulistas
consumiam cerca de 3 milhões m3 por
dia. Hoje, só a Comgás distribui mais
de 12 milhões m3 diariamente.
São Paulo não só dispõe de boas reservas como abriga a maioria das indústrias que produzem os equipamentos para extração e transporte do
gás natural. Segundo o secretário de
Ciência e Tecnologia, João Carlos de
Souza Meirelles, o Estado está se movimentando também na área da petroquímica, procurando consolidar os
pólos Mauá-Capuava, Cubatão, São
José dos Campos, Pindamonhangaba
e Paulínia ("As estratégias de São Paulo para a área energética", Brasil Energia, janeiro de 2005).
Neste momento em que a Bolívia
decidiu elevar abruptamente a tributação das empresas estrangeiras que lá
operam, é animador saber que as autoridades brasileiras estão pensando
seriamente no futuro do Brasil e agindo de forma conseqüente para garantir o adequado provimento de energia
para as atividades econômicas, pois
sem energia não há produção, exportação, empregos e muito menos receita tributária.
Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.
@ - antonio.ermirio@antonioermirio.com.br
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