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FERNANDO RODRIGUES
Uma lei pró-PT
BRASÍLIA - De todas as incapacidades operacionais da oposição, a
mais fenomenal foi a tal "minirreforma eleitoral", transformada em
lei neste mês -proibindo showmícios, outdoors, camisetas, bonés e
brindes em geral.
Não é necessário pesquisa científica para responder a uma pergunta
simples: quem eram os candidatos e
os partidos em eleições passadas
que mais se utilizavam desses itens
agora proibidos? Resposta: os candidatos das siglas tradicionais de
centro-direita e de direita, como
PFL, PP, PTB e PL.
O PT é um partido rico há alguns
anos, é verdade, mas ainda ficava
atrás dos mais tradicionais quando
se comparava o número de outdoors pelas ruas. Ao morador de
São Paulo basta um exercício de
memória. Em períodos eleitorais, a
cidade sempre teve um volume
maior de cartazes de Paulo Maluf
do que de candidatos petistas.
Pois agora, graças a uma lei que
teve o patrocínio inicial do presidente nacional do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), os candidatos conservadores perderam
seus maiores canais de comunicação com os eleitores.
Não que o PT também deixasse
de se beneficiar da mercantilização
da política. Por outro lado, os petistas ainda privilegiavam outro tipo
de ação, por meio de militância
-paga (hoje quase sempre) ou não.
Tudo para dizer que devem ser
tomadas com muito cuidado as previsões apressadas sobre redução
das bancadas petistas nas Assembléias Legislativas e no Congresso.
O senso comum é dito e repetido: o
PT será o partido que mais perderá
cadeiras na Câmara.
Quando se analisa caso a caso as
vagas petistas nos Estados, não é
possível identificar uma brutal redução de políticos do PT no Poder
Legislativo. Muito pelo contrário.
Para desespero da oposição.
@ - frodriguesbsb uol.com.br
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