São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Medicina
"Parabenizo a Folha pelo editorial "Perigo médico" (Opinião, 27/7). Não resta dúvida de que, na área de medicina, não há por que não haver o mais absoluto rigor em relação à capacidade técnica dos médicos. Muito mais do que em outras profissões, a qualificação profissional adequada é exigência elementar no caso. O editorial, baseado na entrevista do professor Fanchini Ramires, do Incor, apóia sem meias palavras a necessidade de um exame de qualificação profissional para o exercício da nobre profissão -e duvido de que haja uma só pessoa que não aprove essa providência. Resta levar o assunto o mais rapidamente possível ao órgão competente de registro e fiscalização profissional para que se manifeste sem delongas."
Paulo Seródio (São Paulo, SP)

 

"O editorial "Perigo médico" peca pelo reducionismo. Existem três situações que permitem uma análise mais fiel. A primeira diz respeito ao descaso político com a formação nos ciclos básicos, que não contempla o exercício do raciocínio e da reflexão, mesmo no ensino privado, o que piora a oferta dos candidatos à universidade. A segunda refere-se à utilização como instrumento eleitoreiro das necessidades na área da saúde e da educação, acrescentando como agravante o fato de a mídia não perceber seu papel ao afirmar que "uma vez que os governos -tanto este quanto o anterior- parecem incapazes de conter a multiplicação de faculdades". A terceira trata da situação em que vivem as nossas santas casas e as unidades básicas de saúde, verdadeiros pacientes terminais. É oportuno, sim, um exame que avalie o formando, mas acredito que todo esforço será em vão se não mobilizarmos a sociedade -e aí a mídia tem um papel fundamental- em favor de mudanças urgentes nas prioridades sociais. O perigo não é apenas médico, como parece querer mostrar o editorial. Há também o perigo político, o jornalístico, o do "achismo" etc."
Carlos Alberto Pessoa Rosa (Atibaia, SP)

Resposta
"A resposta da jornalista Silvia Corrêa no "Painel do Leitor" de ontem evidencia uma prática comum na Folha, já criticada por diversos ombudsmans do jornal. A repórter alega, tranqüilamente, que "a expressão Ouvidoria de Marta se deve ao fato de a atual gestão ter criado o órgão". Já li diversas vezes na Folha expressões como "escola de Marta", "uniforme de Marta", "corredor de Marta" e tantas outras assim, invariavelmente quando a reportagem tem uma conotação negativa. Curiosamente, nunca, em mais de cinco anos que assino a Folha, li alguma expressão como "pedágio de Alckmin", "Febem de Alckmin" ou então "greve de três meses na Fatec de Alckmin". Gostaria, sinceramente, de saber por que há dois pesos e duas medidas."
Rosa Cassavia (São Paulo, SP)

Demissões
"Não tenho procuração da Folha, mas me sinto na obrigação de contestar as cartas de Mônica Florindo e Marisa Sanematsu, publicadas em 27/7. Sou leitor antigo e atento de jornais de São Paulo e do Rio, além de bisbilhotar muito em jornais norte-americanos, ingleses, franceses e espanhóis. Nunca vi alguém reclamar de um jornal por não ter anunciado suas demissões. Raras vezes vi tanta transparência em lidar com uma crise como a mostrada pela Folha. Querer que o jornal anuncie suas demissões? Tenham paciência! Alguém já imaginou a Fátima Bernardes dando no "Jornal Nacional': "Crise na Globopar provoca a demissão de x pessoas". Não seria demais? Achei também excessiva a crítica do ombudsman, que parece um jornalista sério e respeitável, mas talvez um tanto emocional na coluna de 25/7."
José Carlos Gabriel (Rio de Janeiro, RJ)

Homofobia
"Corajoso! É assim que classifico o artigo de João Silvério Trevisan ("A igreja e a homofobia", "Tendências/Debates", 28/ 7). Nele, Trevisan fala como a homossexualidade é catalogada de maneira negativa pela hierarquia da Igreja Católica. Nem todas as pessoas católicas -sejam padres, bispos, cardeais ou religiosas- concordam com esse posicionamento. Entre essas pessoas estamos nós, "católicas pelo direito de decidir". Acreditamos que a diversidade sexual não seja nenhum pecado e deva ser vivida de maneira plena e prazerosa, porque Deus nos criou livres e nos quer felizes. Além disso, os direitos sexuais são direitos fundamentais para a realização e dignidade das pessoas."
Yury Puello Orozco, integrante do grupo Católicas pelo Direito de Decidir (São Paulo, SP)

Transgênico
"Excelente a reportagem "Produtor prepara nova safra de transgênico" (Dinheiro, 25/7), de Marta Salomon. É um texto sintético, mas bem objetivo, no qual a repórter relata que, "na avaliação feita pelo Palácio do Planalto, a nova safra de soja transgênica é um fato consumado". Dessa forma, o governo privilegia novamente as multinacionais e o poder econômico de uma maneira geral, esquecendo-se da imensa população consumidora de soja e de seus derivados, pois, mais adiante, o mesmo texto mostra que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que deveria fiscalizar o cumprimento do decreto federal da rotulagem, não o faz -talvez por não achar prioridade a população. Essa negligência da Anvisa nos leva a refletir sobre o direito da população brasileira de escolher o que deseja consumir: soja natural ou transgênica."
João do Amaral Gurgel Netto, engenheiro agrônomo (Jundiaí, SP)

Infraero
"Em relação à nota "Parceria" ("Painel S.A.", Dinheiro, pág. B2, 21/7), quero informar que o valor que está sendo repassado pela Infraero à Embratur é de R$ 21 milhões, sendo que apenas R$ 6 milhões (e não R$ 60 milhões, como a nota informa) são para incentivar a vinda de vôos charters para o Nordeste. O restante do dinheiro será disponibilizado para outras ações de promoção do Brasil no exterior."
Adrian Alexandri, gerente de comunicação da Embratur (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".


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