|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SINAIS DE AÇÃO
Vão multiplicando-se os sinais de que os EUA se preparam para uma ação militar contra o
Iraque. Embora não haja indícios de
que uma guerra seja iminente, Washington reforçou nos últimos dias
sua posição antiiraquiana.
O vice-presidente Dick Cheney, representante da linha-dura do governo Bush, fez um discurso forte. Afirmou não ter dúvidas de que Saddam
Hussein possui armas de destruição
de massa e de que o ditador iraquiano pretende usá-las contra os EUA.
Justificou, assim, a realização de um
ataque preventivo ao Iraque.
A Casa Branca também anunciou
que assessores jurídicos do presidente George W. Bush chegaram à conclusão de que ele não necessita de autorização do Congresso para lançar
um ataque contra Saddam Hussein.
Segundo os advogados do presidente, ele está autorizado a agir tanto pela resolução do Congresso de 1991
que aprovou a Guerra do Golfo como pela resolução de 14 de setembro
de 2001 que permite o uso de forças
militares contra o terrorismo.
Ambas as advertências vêm poucos
dias depois de uma nova pesquisa ter
indicado que caiu um pouco o apoio
dos norte-americanos a uma ação
militar contra o Iraque. Hoje, 53%
são favoráveis ao envio de soldados
ao Iraque; em junho, esse número
era de 61%, e, em novembro, de 74%.
De modo análogo, a popularidade
do presidente Bush está em queda.
Depois de ter chegado a 90% em setembro de 2001, logo após os atentados, ela vem se reduzindo lenta mas
continuamente. Hoje, está em 65%.
Resta saber se Bush vai se conformar com essa redução de popularidade ou se vai tentar um truque qualquer para fazer com que volte a subir.
E a forma mais antiga e eficiente de
conquistar rápido apoio da população é lançar-se numa aventura contra
inimigos externos, reais ou não.
O mais lamentável na hipótese de
os EUA se atirarem numa guerra
contra o Iraque é que o mundo inteiro correrá sério risco de sofrer com
uma recessão agravada apenas porque o belicismo convém à agenda do
presidente norte-americano.
Texto Anterior: Editoriais: CRÉDITO E JUROS Próximo Texto: Editoriais: MEDIDA AFIRMATIVA Índice
|