São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Oposição
MÁRIO AMATO
O mundo hoje é argentário, vive-se na ânsia de uma vida melhor, o que se consegue quando se dispõe de recursos financeiros. O Brasil tem evoluído, malgrado a corrupção e a falta de moral e de ética. Quase todas as obras são utilizadas pelos que gostam de levar vantagem em tudo, o mesmo acontece com a merenda escolar, com a saúde, com casas populares, verbas para importação e exportação, projetos não-desenvolvimentistas idealizados para arrecadar dinheiro, sonegação de impostos, propinas no setor público e na Justiça. É possível continuar permitindo que isso ocorra? Há, graças a Deus, uma legião de voluntários, humanistas, patriotas, empresas, idealistas, políticos, religiosos, gente humilde do povo, estadistas unindo-se para reduzir as diferenças sociais, em campanhas cujos resultados começam a explodir, razão por que não há como não acreditar no futuro. Claro, temos que batalhar, escolher bem nossos políticos, a começar pelo presidente da República. Na campanha eleitoral, vamos friamente escolher os melhores, vença quem vencer. Nada de ensarilhar as armas precocemente, porque no campo político tudo é transitório, menos a pátria. Na economia, estamos entre as dez principais nações, apesar de uma distribuição de renda perversa; mas continuamos melhorando nesses últimos oito anos. Se soubermos escolher bem os nossos dirigentes na próxima eleição, elegendo pessoas competentes, trabalhadoras, honradas, venceremos mais uma etapa. Não será a curto prazo, mas com a Lei de Responsabilidade Fiscal, com o combate à sonegação por meio de uma reforma fiscal, nada segurará o nosso país. Há violência no país? Sim, há, mas a violência está presente em todo o mundo e, à medida que forem corrigidas distorções na área econômica e da produção, ela diminuirá, com tendência a acabar. Nossa agricultura, pela primeira vez, passará os 100 milhões de toneladas de grãos. A agroindústria tem já tecnologia para avançar ainda mais, basta ver os programas da Embrapa, aperfeiçoando cada vez mais os produtos agrícolas. Somos os maiores do mundo na indústria de celulose e conseguimos, praticamente, fazer com que o eucalipto seja o carro-chefe dessa indústria. Precisamos agora, a exemplo de outros países, subsidiar a exportação, mesmo que seja a fundo perdido, e temos, também, o maior rebanho bovino, que nos permite exportar carne para combater a fome local e do mundo. O comércio interno precisa ser aliviado da extorsiva taxação, que leva à sonegação, mas há competência para as vendas nos mercados interno e externo, não sendo possível mudar as regras e a estabilidade. A indústria prospera, as grandes empresas nacionais demonstram sua capacidade de produção. Temos tudo para crescer, é só termos governantes competentes, honestos e patriotas. Politicamente, temos uma democracia que se consolida e que não deixa nenhuma possibilidade de passarmos a um sistema ditatorial. Logo é saber escolher bem na próxima eleição e, seja qual for o eleito, cooperar, ajudar, pensando no Brasil. Com todas essas qualidades, não nos podemos deixar encantar por promessas irreais nem por slogans como "rouba, mas faz", pois o custo disso é muito alto e permite a ação dos oportunistas. As eleições aí estão, vamos escolher conscientemente, usando a razão, e não a paixão. Precisamos de competência, de equipe e de uma oposição que olhe o horizonte brasileiro, e não interesse pessoais ou de grupos. Temos de mobilizar toda a sociedade para que não se preocupe com a dialética oposicionista e olhe para o Brasil. Mário Amato, 83, empresário, é presidente emérito da Fiesp, presidente do Conselho de Orientação Política e Social da Fiesp e do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Comércio Exterior. Foi presidente da CNI. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Luiz Paulo Conde: De volta aos fundamentos Índice |
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