São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Apoio
"Dirijo-me à Folha para solicitar que, em respeito aos princípios éticos que regem o jornal, seja corrigida a nota "Adaptação veloz", publicada ontem na coluna "Painel". A nota coloca em dúvida o meu apoio ao candidato Ciro Gomes sem que nenhum jornalista dessa empresa tenha procurado a mim -ou à minha assessoria- para conferir a veracidade da informação, princípio fundamental do jornalismo preconizado no próprio "Manual da Redação". Meu apoio ao candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, é fruto de uma profunda reflexão e é definitivo. Como bem frisei durante o pronunciamento que fiz ontem no Plenário da Câmara dos Deputados para refutar essa nota, defendo o nome de Ciro Gomes em todos os comícios que faço, mesmo ao lado do governador Jarbas Vasconcelos, do vice-presidente Marco Maciel ou de outros políticos que tenham optado por outros candidatos. É o nome do candidato da Frente Trabalhista que está impresso junto ao meu no material de campanha. Não é a primeira vez que essa coluna publica informações sobre a minha pessoa ou sobre a minha atuação de forma distorcida, o que só posso atribuir a algum preconceito contra mim existente entre aqueles que a editam. Há cerca de seis meses, minha assessoria foi procurada para explicar os motivos que levaram minha filha Shirley Oliveira a desistir de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. O jornalista da Folha foi informado de que se tratava de uma decisão pessoal, uma vez que o marido de minha filha colocava impedimentos àquele projeto. Qual não foi minha surpresa ao ser informado pelo "Painel" de que "eu" teria forçado a decisão de minha filha por temer não conseguir votos suficientes para eleger-me. Isso depois de ter chegado pela sétima vez consecutiva à Câmara -em 1998, com 163 mil votos- e de nem sequer necessitar de votos de legenda. Minha expectativa é obter, neste ano, até 200 mil votos."
Inocêncio Oliveira, líder do PFL na Câmara dos Deputados (Brasília, DF)

Critérios
"Lamentamos profundamente o critério jornalístico adotado pela Folha na cobertura das eleições estaduais em São Paulo. Após sabatina realizada com os três principais concorrentes, foram divulgadas pelo jornal duas páginas com o candidato Geraldo Alckmin e duas páginas com o candidato Maluf. E não sabemos por quais motivos foi dada apenas uma página com o nosso candidato Genoino, que, diga-se de passagem, teve uma participação destacada. Segundo enquete realizada pelo UOL, 82% dos internautas mudariam o seu voto após acompanhar a sabatina -creio estar aí um dos motivos. Na verdade, a nossa indignação se deve ao fato de os espaços para a eleição presidencial serem os mesmos independentemente da colocação na pesquisa. Ou seja, Serra tem o "mesmo" espaço que Lula e Ciro. Pergunto: qual a diferença do terceiro lugar na eleição presidencial para o terceiro colocado na eleição para governador de São Paulo? Espero que não seja uma questão apenas de preferência."
Marco Antonio Silva, coordenador de comunicação da campanha da Coligação São Paulo Quer Mudança (São Paulo, SP)

Gato por lebre
"Considerei muito interessante e sério o alerta de Luís Francisco Carvalho Filho, no artigo "Vote em um e eleja outro" (Eleições 2002, pág. Especial 8, 28/8). Realmente, nós, eleitores, poderemos ser surpreendidos com a "posse" de um senador suplente, em cujo nome nunca ouvimos falar. Os candidatos preferenciais a senadores têm duas opções: ou dão espaço aos seus suplentes em sua campanha eleitoral para que saibamos quem é quem, ou assumem o compromisso com os seus eleitores de não abdicarem dos cargos que lhes foram confiados. Chega de comprar gato por lebre."
Regina Dias Doi (Promissão, SP)

Plano Diretor
"Na reportagem "Plano Diretor beneficia comércios irregulares" (Cotidiano, pág. C4, 24/8), a Folha tenta desqualificar -em sua cobertura sobre a aprovação do Plano Diretor- uma importante vitória da atual administração municipal. Destaco, sobretudo, a edição de sábado, em que o caderno Cotidiano trouxe o título "Novo Plano Diretor beneficia comércio ilegal". Pela primeira vez em sua história, a cidade de São Paulo ganha um Plano Diretor aprovado por sua Câmara Municipal. O texto anterior, defasado e obsoleto, vigorou desde 1988 graças ao dispositivo legal denominado decurso de prazo. Esse plano, debatido exaustivamente com a população e que conseguimos ver aprovado pela Câmara na sexta-feira, vai agora à sanção da prefeita Marta Suplicy. Com a nova lei, será possível disciplinar o crescimento e o desenvolvimento da cidade nos próximos dez anos e enfrentar os problemas urbanos de maneira inovadora e colocando em prática todos os instrumentos do Estatuto da Cidade. Mas esse avanço, entretanto, é pouco explorado pela reportagem. O essencial -as virtudes- tem sido deixado em segundo plano. Ganhou mais importância um tema periférico: a preocupação com o zoneamento de algumas áreas, que, diante do gigantismo do Plano Diretor, é uma mudança insignificante."
José Américo Dias, secretário municipal de Comunicação (São Paulo, SP)

Campanha
"A respeito da reportagem "Monitor do Estado faz campanha para PSDB" (Eleições 2002, pág. Especial 7, 25/8), é importante esclarecer que: 1) A Fundação Faculdade de Medicina é uma fundação de direito privado, sem fins lucrativos, que tem entre suas funções, além de dar suporte administrativo ao Hospital das Clínicas, desenvolver atividades em programas de saúde, apoio à pesquisa, eventos, cursos e parcerias com o Hospital das Clínicas, com a Faculdade de Medicina da USP e com outras instituições públicas e privadas. 2) O Projeto Parceiros do Futuro promove atividades de estímulo ao desenvolvimento de jovens nas escolas estaduais mantidas pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 3) A FFM administra o projeto Parceiros do Futuro desde 1998, como contratada da Fundação para o Desenvolvimento da Educação. 4) Os monitores contratados trabalham nos finais de semana em 200 escolas na Grande São Paulo e somam 458 funcionários. 5) A FFM é responsável pela seleção, contratação e administração trabalhista dos monitores e pela avaliação dos resultados do projeto, que têm sido altamente positivos, conforme pesquisa realizada pelo professor Eduardo Massad, vice-diretor da Faculdade de Medicina da USP, e pela vice-diretora da FFM, professora Carmita Helena Najjar Abdo. 6) A FFM não tem responsabilidade sobre atividades dos monitores fora das especificadas nos objetivos do Programa Parceiros do Futuro. 7) Causa-nos estranheza, se for verdadeira, a constatação de que monitores ligados ao Programa Parceiros do Futuro estejam participando de atividades político-eleitorais, pois estas não se enquadram nas funções para as quais foram contratados. Esclarecemos ainda que a FFM desenvolve outros projetos com a FDE, sempre relacionados à saúde dos escolares, como o Saúde Bucal, o Avaliação Auditiva, o Capacitação Visual e o Programa Saúde da Mulher e do Adolescente."
Sandra Papaiz, diretora-geral da Fundação Faculdade de Medicina (São Paulo, SP)



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