SÃO PAULO - Os resultados da pesquisa do Datafolha sobre a sucessão em São Paulo permitem duvidar um pouquinho do efeito do programa eleitoral gratuito. Pelo que vi dele, juraria que Marta Suplicy já estava eleita.
Calma, tucano pronto para disparar: não estou julgando a administração dela, que isso é tarefa para o leitor/eleitor.
Estou apenas me apoiando no seguinte teorema:
1 - Eleição, hoje, é, acima de tudo, marketing. Podemos até, caro leitor, passar o resto do ano discutindo a validade ou a indecência do predomínio do marketing sobre a política, mas não dá para negá-lo.
2 - Esse Duda Mendonça, responsável pelo programa da prefeita, é um cracaço nesse jogo.
Pode até ser que tudo o que é apresentado no programa de Marta seja mentira, não sei. Mas que vem muito bem embalado é inquestionável, do que deu prova na quarta-feira, com o programa sobre o CEU-Saúde.
Se estivesse distraído, até eu "compraria" o CEU-Saúde, não fosse o viés de perguntar sempre: de onde vem o dinheiro para implantá-lo? Mesmo a propaganda de Marta, cor-de-rosa como toda propaganda, só garante grana para o início da coisa.
Além disso, há o tal bilhete único, que tem tudo para ser o Plano Real de Marta Suplicy, pedra, aliás, que Elio Gaspari cantou antes. Mas, naquele momento, pareceu-me um acesso de entusiasmo meridional típico nesse notável jornalista.
De repente, vem um novo Datafolha e mostra que Marta e José Serra estão mais ou menos onde estavam na pesquisa anterior.
Melhor assim. A campanha, com marketing e tudo, está sendo razoavelmente didática sobre a cidade, seus problemas e soluções.
PS - Fico fora deste espaço pelos próximos três ou quatro dias. Motivo: programação intensa no México relativa à entrega do prêmio da Fundación Nuevo Periodismo.


Texto Anterior: Editoriais: PAÍS DO FUTURO

Próximo Texto: Brasília - Eliane Cantanhêde: Onipresença
Índice