São Paulo, terça-feira, 29 de setembro de 2009

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Mais conservadora

APESAR de ter perdido mais de um ponto percentual dos votos desde a última eleição parlamentar alemã, em 2005, a frente conservadora da premiê democrata-cristã Angela Merkel, a aliança CDU/CSU, venceu o pleito de domingo.
O fiel da balança foi a derrocada dos social-democratas do SPD, rivais históricos e até agora sócios difíceis na chamada "grande coalizão". Perderam 12 pontos e livraram Merkel de sua principal amarra política.
O resultado deve conduzir à formação de um governo mais conservador, com retorno à coalizão com os liberais do FDP que tanta estabilidade conferiu ao governo de Helmut Kohl no período 1982-1998. Liderado por Guido Westerwelle, o FDP empalmou quase 15% dos votos, marca inédita. Para alguns analistas, menos por seus méritos do que por cálculo utilitarista do eleitorado, interessado em repudiar a grande coalizão.
As complicações da aliança forçada entre CDU/CSU e SPD custaram mais caro, do ponto de vista eleitoral, aos social-democratas. Participando do governo, soavam falsas tanto a crítica quanto a reivindicação de autoria da política relativamente bem-sucedida de combate à crise econômica. Os alemães, a julgar pelos votos, atribuíram-na à premiê e a seu partido.
A campanha eleitoral, no entanto, foi feita mais de silêncio que de propostas. Pouco se debateu a divisão -decerto menor que na Reunificação, em 1990, mas ainda marcante- entre o ocidente e o oriente do país.
Mesmo sobre a crise, a aliança de Merkel só promete um vago corte de impostos. Para a economia global, é a medida certa: estimula-se o mercado interno alemão, e o gigante passa a importar mais. Mas não se sabe ao certo como os conservadores lograrão tal feito, com deficit público de 6% do PIB estimado para 2010.


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