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Mais conservadora
APESAR de ter perdido mais
de um ponto percentual
dos votos desde a última
eleição parlamentar alemã, em
2005, a frente conservadora da
premiê democrata-cristã Angela
Merkel, a aliança CDU/CSU,
venceu o pleito de domingo.
O fiel da balança foi a derrocada dos social-democratas do
SPD, rivais históricos e até agora
sócios difíceis na chamada
"grande coalizão". Perderam 12
pontos e livraram Merkel de sua
principal amarra política.
O resultado deve conduzir à
formação de um governo mais
conservador, com retorno à coalizão com os liberais do FDP que
tanta estabilidade conferiu ao
governo de Helmut Kohl no período 1982-1998. Liderado por
Guido Westerwelle, o FDP empalmou quase 15% dos votos,
marca inédita. Para alguns analistas, menos por seus méritos do
que por cálculo utilitarista do
eleitorado, interessado em repudiar a grande coalizão.
As complicações da aliança
forçada entre CDU/CSU e SPD
custaram mais caro, do ponto de
vista eleitoral, aos social-democratas. Participando do governo,
soavam falsas tanto a crítica
quanto a reivindicação de autoria da política relativamente
bem-sucedida de combate à crise
econômica. Os alemães, a julgar
pelos votos, atribuíram-na à premiê e a seu partido.
A campanha eleitoral, no entanto, foi feita mais de silêncio
que de propostas. Pouco se debateu a divisão -decerto menor
que na Reunificação, em 1990,
mas ainda marcante- entre o
ocidente e o oriente do país.
Mesmo sobre a crise, a aliança
de Merkel só promete um vago
corte de impostos. Para a economia global, é a medida certa: estimula-se o mercado interno alemão, e o gigante passa a importar
mais. Mas não se sabe ao certo
como os conservadores lograrão
tal feito, com deficit público de
6% do PIB estimado para 2010.
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