|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Ouro e diamante
O seminário São José, na arquidiocese de Mariana (MG), viveu
uma data muito especial: 27 de novembro, Dia Nacional de Ação de
Graças. Essa foi a data escolhida para a
festa de seis sacerdotes que completam 50 anos de sua ordenação: cônego
Paulo Dilascio, cônego José Maria Becho, cônego Pedro Lopes, cônego
Leandro Matheus, padre Vandick Gomes e padre José de Oliveira Valente.
A esses, que celebram o jubileu de ouro, associaram-se o cônego Nelson
Marotta e o padre Avelino Marques,
comemorando o jubileu de diamante
de vida sacerdotal.
O seminário de Mariana, fundado
em 1750 por dom frei Manoel da Cruz,
tem longa e benemérita história de
preparação presbiteral e a glória de ser
o estabelecimento de ensino mais antigo do Estado de Minas Gerais. Ao
longo de quase três séculos, milhares
de seminaristas receberam esmerada
formação. Muitos foram ordenados
sacerdotes, vários (49), mais tarde, foram escolhidos para o episcopado
-entre os quais os cardeais Carlos
Carmelo Motta e dom Lucas Moreira
Neves e outros que servem a Deus nas
mais diversas profissões.
Na manhã de 27/11, a capela do seminário estava repleta. Da celebração
participavam membros do presbitério, padres de outras dioceses e os seminaristas. Dom Francisco Barroso e
dom Hélio Heleno, de Caratinga, muito ligados aos jubilandos, concelebraram ao lado do arcebispo de Mariana.
Familiares e amigos ocupavam o espaço da capela. Todos se uniram para
louvar e agradecer a Deus pelo grande
benefício da ordenação e do ministério desses irmãos homenageados. Cada um teria muito para contar a respeito de sua vida: alegrias, trabalhos,
sofrimentos e vitórias. Lembremo-nos de que, há 50 anos, o exercício do
ministério sacerdotal, especialmente
nas pequenas cidades do interior, era
sacrificado, com isolamento, pobreza
e longas viagens a cavalo, sob sol e
chuva, para atender as comunidades.
Somente Deus pode conhecer a generosidade e a dedicação desses zelosos
párocos, que percorrem capelas e povoados, levando a todos a palavra de
Deus e os sacramentos e a solicitude
do Bom Pastor.
Ouvimos depoimentos de rara beleza desses irmãos, profundamente
identificados com a sua missão e sempre atentos em recordar que eram
apenas servidores do Evangelho, referindo à proteção divina e ao auxílio
maternal da Mãe de Deus todo o fruto
do seu ministério. Era comovente o
espetáculo desses sacerdotes, que,
apesar da idade avançada, continuam,
todos eles, ainda hoje exercendo o ministério com perseverança e alegria.
Edificou-nos o cônego Nelson Marotta, que, com seus 86 anos de vida -60
como sacerdote-, está à frente de
duas paróquias -Dores do Turvo e
Silveirânia-, sempre disponível e feliz. O mesmo vale para seus companheiros, que vivem plenamente a missão presbiteral.
Nosso tempo cria entre os jovens hesitações e temores diante do futuro.
Eis aí uma bela e estimulante lição, especialmente para os que procuram
encontrar o sentido da vida. Uma menina condecorou sorrindo o cônego
Paulo Dilascio, com medalha de ouro
de pai e amigo das crianças e dos pobres. A homenagem vale para todos.
O testemunho dos padres jubilares,
agradecendo a Deus a própria vocação, faz acreditar ainda mais nos valores que revelam: a entrega total a
Deus, o seguimento fiel a Jesus Cristo,
o amor à Igreja, a dedicação aos mais
pobres e a alegria de fazer o bem ao
próximo.
Deus seja louvado!
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos
sábados nesta coluna.
Texto Anterior: Rio de Janeiro - Claudia Antunes: Justiça sumária Próximo Texto: Frases
Índice
|