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Sem retrocesso
A NONA rodada de licitação
de campos de petróleo e
gás sofreu o impacto da
retirada de 41 blocos do leilão, logo após a confirmação da jazida
de Tupi. Grandes conglomerados multinacionais não se interessaram pelo leilão, marcado
pela agressividade do grupo nacional emergente OGX.
É precipitado, no entanto,
avançar conclusões acerca de
uma suposta perda de atratividade do Brasil, por conta de incertezas regulatórias, a partir do resultado do pregão -que arrecadou R$ 2,1 bilhões. O mais provável é que o interesse de grandes
grupos mundiais de explorar petróleo aqui, que cresceu após a
notícia de Tupi, continue alto.
O governo foi prudente ao suspender o leilão dos lotes, após
uma descoberta capaz de mudar
o status do país na economia do
petróleo -e que diminui muito o
risco de exploração na nova província ultraprofunda. Mas, como
a gestão Lula tem dificuldades de
produzir duas atitudes acertadas
em seqüência, autoridades logo
começaram a falar em mudança
na Lei do Petróleo e a defender
privilégios para a Petrobras.
Melhor que tenham sido palavras ao vento, provindas de ideólogos diletantes que Lula teima
em abrigar nas agências reguladoras. O que interessa nesse megacampo é que as suas receitas,
ao que parece extraordinárias,
produzam uma contribuição
também extraordinária ao país.
Tal objetivo pode ser atingido
com alterações apenas incrementais no modelo exploratório
vigente, com foco na tributação.
O petróleo é um recurso finito
e cada vez mais estratégico. As
nações exportadoras conscientes dessa dupla característica investem grande parte das receitas
com o combustível vislumbrando uma realidade futura em que
as suas jazidas estarão exauridas.
O Brasil deveria seguir esse
exemplo, mas sem recair no estatismo populista.
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