UOL




São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Sinal dos tempos
"Heloísa Helena é ameaçada de expulsão do PT por defender aposentados, e ACM está prestes a ser inocentado com a conivência do governo mesmo tendo transcrito em seu jornal inúmeras conversas grampeadas na Bahia. Pelo jeito, essa era a grande mudança que o PT tanto prometeu na campanha: a de posição."
Alexandre Lucas (São Paulo, SP)

Reforma dos radicais
"Democracia nada mais é que o consenso da maioria. Quando uma pessoa se filia ao Partido dos Trabalhadores, um dos princípios básicos é o de concordar com o estatuto do partido e segui-lo. Agora, deputados e senadores do PT (radicais) querem espaço na mídia, tentando debater sem novas idéias a proposta já elaborada pelo partido. Assim, que se faça primeiro então a reforma dos radicais para que depois se prossiga com a da Previdência."
Mauro José Bozzi, vereador pelo PT (Pedreira, SP)

Erramos
"O PT, a exemplo da Folha, deveria abrir um espaço nas suas falas intitulado "Erramos". Seria um ato de humildade do qual o partido muito carece ao mesmo tempo que ajudaria a aumentar a coerência e a credibilidade, que, dia após dia, estão desmoronando." Máximo Renedo Ruiz (São Paulo, SP)

Estaca Zero
"Olho o governo Lula e o que vejo? "FHC 2, o Retorno". Pois as mudanças econômicas que Lula prometeu em sua campanha permaneceram lá, na campanha. O Fome Zero ainda não encheu pratos, a implantação do Primeiro Emprego, prevista para o 1º de Maio, parece que não sairá por enquanto. Verbas retidas e quem ousou reclamar ouviu que "quem tem pressa come cru". Tanta esperança de um povo e nada feito. Parece que o único programa que funciona no governo Lula é o "Estaca Zero". Não estava nos planos de governo nem na campanha, mas é o que está por aí." Simão Pedro Marinho (Belo Horizonte, MG)

Reformas
"Surpreendendo-me positivamente a cada dia, o presidente Lula enfrenta com coragem as questões das reformas tributária e da Previdência e a "caixa-preta" do Judiciário. Merece, pelo esforço e dedicação, todo o apoio da sociedade brasileira. A exemplo do que faz Geraldo Alckmin, Lula acredita em suas convicções e luta por elas. Se os resultados serão positivos para o país, só saberemos quando as mudanças ocorrerem. Enquanto isso, prefeitos politiqueiros, governadores mal-intencionados, "petistas radicais" e representantes do Judiciário, que devem ter o que temer, são contrários às mudanças." Paulo Rogério B. Rocco (Tambaú, SP)

Suspeito
"No mínimo, suspeito o comportamento do governo petista no que tange à contratação de empresas de publicidade. Segundo noticiou a Folha ("Gushiken estuda licitação para publicidade", Brasil, pág. A7 , 25/4), o secretário Luiz Gushiken estaria preparando o lançamento de uma licitação "genérica" (não prevista, portanto, na Lei de Licitações) para a conta de publicidade institucional do governo, contemplando de três a cinco agências de propaganda. As instituições são públicas, e a contratação de serviços tem de ser transparente. Portanto não há nenhum argumento do governo petista que venha justificar o "direcionamento" de licitações para atender "amigos" e/ou qualquer "informação estratégica" que possa justificar o desrespeito à lei." Floro Sant'ana de Andrade Neto (Maceió, AL)

Não-acontecimento
"Parabenizo a Folha pela excelente entrevista com Jean Baudrillard ("Pensador diz que guerra é um "não-acontecimento", Brasil, 28/4). É muito bom ouvir, num mar de banalidades, alguém que realmente pensa o que está acontecendo hoje. É isso o que chamo filosofar. Pode-se concordar ou não com ele, mas ele levanta questões inteligentes."
Renato Janine Ribeiro, professor titular de ética e filosofia política da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Detrito financeiro
"O Brasil está oferecendo bonds no mercado internacional de capitais. A idéia de taxa é de 8% ao ano -superior à que os EUA ofereceriam se viessem a fazer emissões hoje. Títulos com essa diferença de juros em relação aos EUA têm um apelido, "junk", ou seja, "lixo". Nos últimos 20 anos, trabalhei na emissão de bonds no mercado de capitais e na compra e venda desses bonds, a maioria "junk". Não me recordo de nenhuma nação que, emitindo "junk bonds", se tenha dado bem e tenha resolvido os seus problemas. Conheço, sim, os emissores de "junk" que deixaram de emitir e melhoraram significativamente a sua performance econômica e social quando mudaram de atitude. Até agora, a política econômica de Lula é igual à de FHC. E o pior é que há alternativa. Essa política econômica foi testada e foi reprovada."
Igor Cornelsen (São Paulo, SP)

Previdência
"Irrespondíveis as ponderações do ilustre desembargador Celso Luiz Limongi ("Painel do Leitor", 26/4). Por princípio de justiça social, a União passou a estender aos trabalhadores do campo os benefícios dos trabalhadores urbanos. Jamais poderia, todavia, incluí-los no sistema de Previdência Social fincada em cálculos atuariais que não contaram com contribuições dos rurícolas. Eis por que as despesas com esses trabalhadores não poderiam integrar a despesa orçamentária da Previdência. Devem fazer parte das despesas do Tesouro, suportadas pelos impostos gerais arrecadados pela União. Como sustenta o professor e economista Dércio Munhoz, a Previdência no Brasil é superavitária. O massacre da publicidade oficial contra os aposentados visa atender aos reclamos da cartilha de Washington. O governo petista entregou-se. Que o Congresso se engrandeça com a resistência!"
Theodoro Mendes (Sorocaba, SP)

Sem decisão
"A decisão da CBF de definir o vencedor do Campeonato Brasileiro de 2003 por meio do critério de maior número de pontos -defendido por alguns especialistas como o mais justo e correto- é, na minha opinião, inadequada à realidade do nosso futebol. Essa história de querer trazer para o Brasil fórmulas duvidosas do burocrático futebol europeu não corresponde às expectativas da nossa torcida, acostumada às emoções de torneios decididos em finais. Minha previsão é que o campeonato desse ano vá ser um fracasso. Fazer tudo em turno e returno, sem o risco das emocionantes decisões, fará com que a disputa seja insossa e sem graça e afastará o público dos estádios."
Edson Esposito (Campinas, SP)


Texto Anterior: Âmbar de Barros, Armand Pereira, Helio Mattar: Dentro de casa e dentro da lei

Próximo Texto: Erramos
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.