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São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Banco Central
"Refutamos veementemente a leviana insinuação do sr. Luís Nassif na coluna ("A terceirização do BC", Dinheiro, pág. B3, 29/5) de que profissionais que aceitam servir ao país como diretores do Banco Central o fazem apenas para "alavancar" futuras carreiras no setor privado. Qualquer analista isento pode testemunhar as vantagens operacionais que esta instituição obtém por contar em sua diretoria com especialistas de diversas formações e origens -academia, setor privado e funcionários de carreira do próprio BC. Aliás, trata-se de prática adotada pela maioria dos bancos centrais e ratificada pelo Senado brasileiro, que, com a soberania que lhe concede o voto democrático, sabatina e aprova os indicados para essa diretoria. Não nos parece difícil entender que pessoas com alto espírito público aceitem prestar serviços ao país na diretoria do BC com a mesma isenção, honestidade e correção com que, acreditamos, jornalistas exercem seu inalienável direito de crítica."
Henrique de Campos Meirelles, presidente e João Antonio Fleury Teixeira, Paulo Sérgio Cavalheiro, Sérgio Darcy da Silva Alves, Beny Parnes, Ilan Goldfajn, Luiz Augusto de Oliveira Candiota e Antonio Gustavo Matos do Vale , diretores do Banco Central (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Luís Nassif - A coluna não formulou acusações contra diretores do BC, mas contra a máxima de que a autonomia do banco tem de repousar nas mãos de profissionais de mercado incumbidos de regular seus futuros clientes ou empregadores. É enorme a relação de ex-diretores do BC que tiveram suas carreiras alavancadas pelo cargo. O senhor Meirelles poderia ser mais objetivo e esclarecer qual a razão por trás dessa manifestação de indignação.

Culpas
"Entra governo, sai governo, e a história se repete. Um governo culpa o outro pelas mazelas da nossa nação sem que haja um esforço conjunto do governo para querer resolvê-los. Enquanto o desemprego cresce e a economia fica estagnada, o governo se preocupa exclusivamente em manter os índices de inflação e o dólar em baixa para fazer bonito para o FMI."
Silvia Zuleika F. de Oliveira (São Paulo, SP)

Queda-de-braço
"O Brasil assiste a uma impressionante queda-de-braço entre inflação e juros -um embate que pode prolongar-se por muitos anos. Tudo graças ao precioso patrocínio do aumento da carga tributária e do acúmulo da dívida pública. Desemprego recorde, economia "ergométrica" -em que se pedala à vontade sem que se saia do lugar-, falta de investimentos, parque industrial envelhecendo, Alca mais para ameaça do que para oportunidade, reformas só para evitar o pior, e não para propiciar o melhor, criminalidade e violência em alta e incertezas no cenário mundial. E, felizmente, nenhuma crise, pois não se ousaria projetar cenários caso ela existisse. Só que, do outro lado da balança, temos um povo jovem, cordato, solidário, trabalhador e cheio de sonhos e de esperança. A gente brasileira é o patrimônio mais valioso de nossa nação. Seu esforço conjunto poderia pesar mais do que todos esses fatores adversos reunidos. É por isso que a negociação de um pacto social prometido por Lula é tão fundamental e urgente. Nada garante que o apoio ao presidente não seja um bem volátil. Pacto social é assim: governo cede, empresas cedem e trabalhadores cedem. Trabalhadores ganham, empresas ganham, governo ganha."
Jorge A. Nurkin (São Paulo, SP)

Vivas
"Três vivas ao governo do PT. Conseguiu transformar a CPMF em imposto permanente, para gáudio de todo o povo brasileiro. Temos agora um imposto em cascata, antipático e injusto que irá onerar todos os que necessitam comprar comida e vestuário e pagar contas de gás, de luz e de telefone. Basta que se receba qualquer quantia pelo banco que se pagará a CPMF, mesmo que a pessoa ganhe um salário mínimo. Salve o PT, salvaguarda do pobre e indefeso contribuinte."
Mario Barbedo (São Paulo, SP)

Saúde mental
"Na reportagem "Todos temos "um pouco" de loucos, diz Lula" (Brasil, pág. A4, 29/5), é louvável a preocupação do presidente da República com os pacientes psiquiátricos. Porém um aspecto ainda preocupa: a desativação dos hospitais psiquiátricos e a ativação paralela do tratamento extra-hospitalar sem que haja também o credenciamento de unidades ou de leitos psiquiátricos em hospitais gerais. Essa medida se faz necessária para que os pacientes em crise não fiquem sem assistência médica psiquiátrica do SUS e para que não sobrecarreguem a rede hospitalar, ainda sem o preparo e o credenciamento adequados."
Reginaldo Henrique dos Santos, médico psiquiatra, coordenador da Comissão de Apoio Profissional da Associação Mineira de Psiquiatria (Formiga, MG)

Previdência
"O brilhante artigo da procuradora de Justiça Luiza Nagib Eluf, "Reformar para quê?" ("Tendências/Debates", 28/5), mostra que o governo, em vez de procurar melhorar a condição econômica do trabalhador brasileiro, opta por nivelar todos por baixo sem se preocupar com as consequências. Como em qualquer lugar do mundo, melhores salários significam melhores profissionais, e vice-versa. Se o governo não se preocupa com a dignidade dos servidores públicos, demonstra não se preocupar com a qualidade dos serviços públicos."
Amaro Alves de Almeida Neto (São Paulo, SP)

TV
"Embora tenha retratado com exatidão os números cedidos por mim, bem como as minhas declarações e análises a respeito desses mesmos números, a capa da Ilustrada de 28/5 traz título desrespeitoso e com informação errada ("Ibope do SBT coloca em xeque audiência da Globo'). O título é desrespeitoso porque dá ao SBT o que dele não é, nunca foi e jamais será. Aliás, a reportagem correta do caderno Cotidiano de 28/5 ("Impasse cancela novo medidor de audiência') deixa isso bem claro. Além disso, ela é desrespeitosa porque chama de ibope o índice que foi construído precisamente para quebrar o monopólio existente. A informação incorreta é a que diz que o "SBT leva vantagem em seus [do novo órgão] números". Bem, o SBT não leva vantagem, como aliás é possível ver até nos dados publicados na reportagem -há horários em que o SBT se sai pior no Datanexus do que no Ibope. Embora não tenha esperança nenhuma de que vá resultar em alguma mudança, sugiro à Folha que não sacrifique a decência em nome do suposto engenho que possa haver na solução encontrada para um título de reportagem."
Carlo Novaes, cientista político, presidente do Datanexus (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Daniel Castro - O Datanexus usou tecnologia desenvolvida pelo SBT e teve a sua implantação custeada pela emissora. Na primeira quinzena de maio, o SBT teve um ponto a mais de média no Datanexus do que no Ibope nas faixas vespertina e noturna. Nas manhãs, teve 0,2 ponto a menos.

Visão crítica
"Há dois meses, o único jornal com visão crítica do governo federal é a Folha. Apesar de morar no Rio, não estou aguentando o jornalismo "edulcorado" -como diz Josias de Souza- da imprensa local. Mesmo o Estadão está na mesma linha de pseudojornalismo. Continuem corajosos, profundos e esclarecedores. Tenho comprado a Folha nas bancas, onde aproveito para debater com os frequentadores o baixo nível da imprensa -graças a Deus, com exceção da Folha."
Ana Maria Vinhas (Rio de Janeiro, RJ)


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