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São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Discursos de Lula
"Seguindo a mesma linha dos discursos presidenciais, gostaria que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se esquecesse de que "o peixe morre pela boca" e "o jogo só termina quando o juiz apita". Isso é para lembrar a ele que, apesar de muitos e calorosos discursos, ainda estamos por ver algo concreto."
Sérgio Sztajnbok (São Paulo, SP)

Reformas no Judiciário
"Os tribunais superiores de Justiça já deixaram claro seu entendimento. Se o governo deseja esmagar celetistas e barnabés, militares e professores, deve sentir-se à vontade para fazê-lo. Tocar em si mesmo, no Judiciário ou nos verdadeiros privilegiados -objeto de resoluções específicas-, nem pensar. Sobram para esses os direitos adquiridos que faltam àqueles. Está aí definido o limite das reformas pretendidas. Se tal critério fica além da possibilidade de compreensão das pessoas comuns, é porque lhes falta a capacidade de interpretar a letra da lei, que só os iniciados possuem. Como alguém já explicou, o subdesenvolvimento brasileiro não é obra de amadores."
Roberto A. Fernandes (Rio de Janeiro, RJ)

Fora da UTI
"Só uma pequena informação para ajudar o grande Clóvis Rossi a entender a afirmação do ministro Palocci de que o Brasil saiu da UTI (Opinião, pág. A2 de anteontem). Os internados de UTI são, em geral, pacientes gravemente doentes, muitos em estado terminal. A alta da UTI não significa cura, longe disso. Nenhum paciente egresso dela tem autorização para dançar quadrilha ou pular fogueira junina: seu destino é o apartamento ou a enfermaria hospitalar, onde fica sob intensos cuidados médicos. Creio que Palocci tenha querido dizer isso: as funções vitais do Brasil dão indícios de recuperação, mas o paciente ainda inspira muitos cuidados. O país deixa de ser terminal e é promovido à honrosa categoria de grave. Deve ter faltado ao jornalista a visão do médico e ao ministro, a do comunicador."
Elisabeto Ribeiro Gonçalves (Belo Horizonte, MG)

Combate à fome
"Melhor faria este governo se, em vez do programa Fome Zero, implantasse o Educação Dez. Até agora, o "Lula lá" está mais lá do que cá. O ministro José Graziano tem mostrado uma incompetência à altura da popularidade do seu chefe. Povo educado dificilmente passa fome."
Dario A. Passarella (Mairiporã,SP)

Julgamento no PT
"Indignação é o nome certo para a barbaridade que estão querendo cometer contra parlamentares do PT, ditos radicais. No que eles são radicais? Na defesa intransigente de seu mandato popular? Na defesa dos princípios que sempre nortearam as atividades do partido? Quero deixar claro que não sou eleitor de nenhum dos parlamentares nem comungo com todas as suas idéias, mas "perdoar" Antonio Carlos Magalhães e punir deputados no cumprimento de suas funções é o fim da picada."
José Afonso de Oliveira (Foz do Iguaçu, PR)

Tarifas telefônicas
"A propósito da manchete da Folha de sexta, 27/6, dando conta do grande aumento da telefonia, fica ainda mais apurado o travo amargo na nossa boca ao recordarmos que praticamente todo o dinheiro arrecadado pelo governo Fernando Henrique Cardoso na gloriosa "privataria" foi usado para bancar a paridade do real com o dólar durante o primeiro mandato desse governante. Penso que se possam contar nos dedos de uma única mão os brasileiros que tiveram seus rendimentos anuais aumentados em até 41,7% desde a implantação do Plano Real, o que dirá nos últimos 12 meses. É claro, refiro-me só àqueles que não estão desempregados e conseguiram manter suas fontes de rendimento ativas. Começa a ficar claro o que há de mais preocupante no pacote comumente chamado de "herança maldita". A pergunta que não quer calar é a seguinte: "Estamos condenados a seguir o que está nesses contratos para todo o sempre, mesmo que não reste um único brasileiro com renda suficiente para poder ter um telefone, ou haverá uma revisão séria, dentro da lei, das cláusulas draconianas ali plantadas e, de forma irresponsável, aceitas e implementadas pelos governantes de então?"."
Bento Bravo (São Paulo, SP)

 

"Em vez de capitular no episódio do absurdo aumento das tarifas, o governo Lula deveria ter a coragem de enviar ao Congresso medida provisória ou, se viável, emenda constitucional modificando as atribuições da Anatel, órgão que se notabilizou nos últimos anos por acatar, submissamente, os pedidos de reajuste de operadores de telefonia, como se fosse mero carimbador de aumentos. Se o governo tem, como alardeia, maioria no Congresso, é hora de fazer a reforma das agências reguladoras, pois também a Aneel parece desconhecer o que significa interesse público."
Amadeu Luiz Erthal (Nova Friburgo, RJ)

 

"Agora só falta as empresas telefônicas dizerem que a insatisfação do presidente com o aumento das tarifas é uma intromissão do Poder Executivo nos seus negócios. Será que o ministro Maurício Corrêa, do STF (Supremo Tribunal Federal), ficou satisfeito?"
Marcelo José de Souza (São Paulo, SP)

CPI do Banestado
"O episódio Banestado precisa ser apurado urgentemente. Uma rigorosa e honesta CPI tem que ser instaurada e concluída -afinal, são US$ 30 bilhões que saíram do Brasil ilicitamente. Por essas e outras é que nunca há dinheiro para saúde, educação e segurança, entre outras necessidades prementes."
Turíbio Liberatto (São Caetano do Sul, SP)

Embrapa
"O governo se vangloria dos bons resultados do agronegócio brasileiro, mas parece que quer matar sua galinha dos ovos de ouro ao reduzir drasticamente as verbas para pesquisa, correndo o risco de ver uma instituição de excelência como a Embrapa ser sucateada (Dinheiro, pág. B1 de ontem). Investir em pesquisa é vital para que o país se destaque, mas os resultados não são imediatos e costumam aparecer a médio e longo prazos -o que não combina com os interesses imediatistas dos políticos. Várias instituições de pesquisa vêm sofrendo com a falta de recursos. Outro exemplo é o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), subordinado à Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, que completou, na semana passada, 116 anos de fundação e de bons resultados."
Cristina Rappa (São Paulo, SP)

Sem medo
"Li o artigo de 12/6 de Otavio Frias Filho ("Sem medo de ser feliz", Opinião, pág. A2) e fiquei feliz por saber que ainda existem pessoas de bom senso e com percepção das mazelas governistas. Sou mais um ex-empresário falido, entre tantos, e gostaria de fazer um desabafo. Tenho 41 anos e tive minha própria empresa durante dez anos. Perdi tudo: empresa, casamento, bens etc. Hoje sou mais um brasileiro sem nenhum referencial, seja profissional, seja pessoal. Meu nome está na Serasa e não tenho registro na carteira de trabalho há 12 anos -ou seja, eu não existo, sou praticamente virtual. Brinco dizendo que nem sequer faço parte do Fome Zero. Até quando ouvirei dizer que o Brasil é o país que vai dar certo? Aqui não temos terremotos, maremotos ou vulcões. Temos um território imenso, onde tudo o que se planta dá. Somos um povo raçudo, otimista e trabalhador. O que nos falta para sermos auto-suficientes? Já fiz muita coisa. Nunca me senti tão maduro e capaz como agora, porém me falta o principal: oportunidade. O que nos falta para que o país dê certo? Será que nossos filhos verão esse dia chegar?"
Maurício Alves dos Santos (São Paulo, SP)


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