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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Racismo x STF
"Segundo me foi informado, o ministro Carlos Ayres Britto do Supremo Tribunal Federal, em seu voto absolutório do editor filonazista e anti-semita Siegfried Ellwanger, teria declarado que aprendeu comigo a importância da liberdade de expressão. Lamento que o eminente ministro não tenha aceito também a lição de que a liberdade de expressão é um direito relativo, ao passo que o racismo, sobretudo num país que viveu quatro séculos fundado na escravidão dos africanos, é, incontestavelmente, um crime absoluto."
Fábio Konder Comparato , professor titular da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Crescimento ou não
"No mesmo dia em que foi anunciada a maior queda do PIB brasileiro dos últimos anos, o ministro Guido Mantega declarou que o incremento de R$ 7,6 bilhões na meta de arrecadação federal para 2004 não será provocado pela elevação da carga fiscal, mas sim pela expansão da atividade econômica. Essa declaração, dada por um "ministro do Planejamento", é um acinte, uma falta de respeito com a inteligência do povo brasileiro."
Luigi Petti (São Paulo, SP)
 
"A Folha trouxe ontem as notícias que atestam o "espetáculo do crescimento" do governo Lula. São elas: "PIB tem maior queda desde a crise asiática" (Dinheiro, pág. B1), "1º Orçamento de Lula prevê aumento da carga tributária" (Brasil, pág. A5) e "Estatais cobriram parte dos R$700 mil da festa (da CUT)" (Brasil, pág. A7). Será que o medo está vencendo a esperança?"
Francisco Claudio Tavares (Mogi das Cruzes, SP)

Teatro do Universo
"Que beleza é, em meio a tantas notícias medonhas, se deparar com o texto balsâmico de Cony, Em "Edição final" (Opinião, 28/8), ele explica o mundo. A vida parece ser mesmo uma grande peça na qual os atores bufões foram empurrados da coxia para a grande cena (por anjos ou demônios) sem ter suas falas decoradas e ainda alertados: "Vá! Improvise! E tente se sair bem. Mesmo assim, talvez, na foto final do espetáculo você nem sequer apareça". Obrigado Cony."
José Luís O. Bombonatti (Assis, SP)

Inca
"Gostaria de esclarecer fatos sobre a reportagem que trata da relação entre a FAF (Fundação Ary Frausino) e o Inca (Instituto Nacional do Câncer) (Cotidiano, 29/8). A FAF existe para que a excelência em pesquisa, ensino e atendimento no Inca sejam mantidos e aprimorados. A reportagem transforma um mérito -a contratação direta de 1.200 funcionários cedidos ao Inca e a complementação dos salários de 467 servidores- num demérito e em atitude ilícita. Mas a contratação e a complementação tornam possível manter nos quadros do Inca profissionais de alto nível que, se assim não o fosse, certamente estariam em instituições de saúde privadas. Todos os centros de excelência médica do país, sem exceção, funcionam com uma fundação mantenedora -como a Fundação Zerbini-Incor e a Fundação Antônio Prudente-Hospital do Câncer de São Paulo. Se não fossem as fundações, esses hospitais, reconhecidos nacional e internacionalmente como centros de referência, não teriam atingido esse status. Por outro lado, a reportagem diz que a FAF está sendo investigada pela Controladoria Geral da União. Ocorre que a CGU não tem esse atributo e a as fundações são auditadas pelo Ministério Público Estadual. A CGU fez uma auditoria (e não investigação) no Inca e, diferentemente do que diz a reportagem, em momento nenhum relatou ser ilegal a complementação salarial. O relatório da CGU faz, isso sim, uma sugestão para que o Inca realize concursos públicos para a contratação de pessoal e substitua os mais de 1.600 contratados ou suplementados pela FAF. Isso, inclusive, deixaria a FAF com recursos disponíveis para investir em mais pesquisa, mais equipamentos, mais ensino, aprimorando ainda mais o Inca."
Paulo Alves, coordenador de comunicação da Associação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Murilo Fiuza de Melo - De acordo com a auditoria da CGU, a complementação salarial de funcionários e a contratação de funcionários comissionados para o Inca pela FAF desrespeitam o artigo 40 do Regime Jurídico Único do Servidor Público.

Crítica
"Com "A deserção final" (Opinião, 28/8), Clóvis Rossi sugere ao presidente Lula que abandone a "mais-valia" do "deus mercado" e converta-se para a "mais-vergonha" de que ele e o país tanto precisam! Obrigado, mestre Rossi!"
Márcio Renato Ferreira Borges (Araxá, MG)

Mais devagar
"O que tem aparecido de raivosos provocadores em nosso país não é fácil. São principalmente aqueles que torciam e acreditavam que após alguns meses de governo Lula o Brasil estaria vivendo no caos total. Como isso não aconteceu, criticam tudo, inclusive o que não aconteceu ou vai acontecer. É o caso de alguns analistas deste jornal, que na sua infinita sabedoria têm acessos de raiva intensos. Calma, gente. Crítica tudo bem, claro! Babação raivosa, não!"
Elio Fiszbejn (São Paulo, SP)

Vieira de Mello e Frei Betto
"Com relação à carta da leitora Maria Eulália Meirelles Buzaglo ("Painel do Leitor", 28/8), não é possível ficar em silêncio. Acusar Frei Betto de proselitismo é um ataque baseado em desinformação sobre a vida desse missionário que, além de um homem de campo, sim, é também um intelectual pragmático, como foi Vieira de Mello. Frei Betto é o principal fundador da espécie de "contrato moral" nacional, que o atual presidente tenta fazer vigorar no país, depois de anos de submissão a esquemas de dominação internacional sobre a nossa "soberania social". Frei Betto é um dos articuladores pacientes da revolução lenta e pacífica que este país começa a viver e não pode ser achacado pela leitora e muito menos pelo articulista Luís Nassif, que deu nome de fábula à crônica que louvou merecidamente o diplomata (Dinheiro, pág. B3, 27/8), mas ergueu uma sombra descomunal sobre o frei, sem ao menos ouvir o outro lado."
Marcílio Godoi (São Paulo, SP)

Sem extremos
"Uma coisa é a mídia deixar em paz os homossexuais, aceitando suas preferências. Outra muito diferente é ela fazer, em nome da defesa das minorias, uma quase apologia da homossexualidade. A continuar assim, em breve os heterossexuais teremos de sair às ruas em defesa de nossa minoria..."
Oney Oliveira Leite (Ribeirão Preto, SP)

Apuração
"O PT tem sido acusado, justa ou injustamente, de continuísmo e/ou contradição em várias áreas. Como estão "arrumando a casa" ou se livrando da "herança maldita", cabem argumentos de todos os lados. No entanto, aparentemente, agora temos temos uma situação que poderá ser muito indicativa do que efetivamente a "alma petista" poderá nos oferecer do melhor de sua essência ao país: o que o governo fará com o acidente em Alcântara? Apuração isenta e exemplar, jogar para "baixo do tapete" ou uma solução "em cima do muro'? Que julgue o (e)leitor."
José Francisco de Paula (Belo Horizonte, MG)


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