No que se vai afigurando como uma antecipação do segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo, tanto a atual alcaidessa, Marta Suplicy (PT), quanto o candidato tucano, José Serra, ganharam pontos na preferência do eleitorado, segundo a mais recente pesquisa Datafolha publicada na edição de sábado.
Marta, agora com 34%, aparecia com 30% na sondagem anterior. Serra tem hoje 30%, contra 25% no levantamento do início de agosto. Essa pesquisa é particularmente importante porque capta o impacto dos primeiros dias da propaganda eleitoral gratuita. Não por acaso, os dois postulantes que melhoraram suas posições são aqueles com maior tempo de rádio e TV e cujas peças publicitárias apresentam uma produção mais sofisticada.
O crescimento de Marta e Serra ocorreu à custa da queda de Paulo Maluf (PP), que foi de 19% para 16%, e da oscilação negativa de candidaturas menos expressivas.
A persistir esse quadro de acentuada polarização entre a petista e o tucano, a disputa será resolvida num segundo turno no qual Serra, segundo a pesquisa, ainda leva vantagem sobre a prefeita. Com efeito, a simulação de segundo escrutínio entre os dois atribui ao peessedebista uma vantagem de 12 pontos percentuais. Na série histórica, porém, Marta vem conseguindo baixar essa diferença, que chegou a 43 pontos em junho, o que se explica pela tendência de queda de seus índices de rejeição.
Tudo indica que o atual quadro de polarização vá continuar. A prefeita tem uma série de obras e projetos realizados que vem exibindo com competência mercadológica no horário eleitoral. Serra parece ir consolidando-se como a candidatura de oposição a Marta. Já Maluf, enredado numa série de investigações policiais, não dá sinais de que terá muito fôlego. A quarta candidatura de mais vulto, a de Luiza Erundina (PSB), até agora não decolou.
A menos que ocorra uma reviravolta na preferência do eleitorado, o pleito de outubro se constituirá numa disputa entre Marta e Serra.


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