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CLÓVIS ROSSI
De cães, elites e "povo"
SÃO PAULO - Mário Magalhães, o
ombudsman desta Folha, pergunta
na crítica interna que circulou anteontem:
"Quem paga os advogados de Delúbio Soares, Silvio Pereira e outros
denunciados que não aparentam
ter renda para bancar as despesas
com alguns dos melhores (e mais
caros) criminalistas do país?".
Completou: "Não se trata de assunto que diga respeito somente a
cliente e defensor. Há interesse público na informação".
Correto, Mário. Eu tenho uma
resposta tipo Cláudio Lembo, genérica demais para satisfazer sua justa curiosidade: o "povo" (do PT, claro) faz algum tempo que praticou
alpinismo social e instalou-se confortavelmente ao lado da "elite
branca e má".
Logo, contrata os melhores representantes, na advocacia, da "elite branca e má", figura mitológica
que Lembo descobriu com 50 anos
de atraso, depois de conviver gostosamente com ela esse tempo todo.
Curioso, aliás, que o "povo" (do PT,
claro) hoje festeja a descoberta de
Lembo, depois de ter passado a vida
criticando-o e a todos os pefelês,
hoje DEMs, justamente por serem
da "elite branca e má".
Aliás-2: não é igualmente curioso
que o único negro no STF durante o
julgamento do caso mensalão não
era réu, não era advogado de defesa,
mas acusador -e que acusador, como tão bem mostrou Elio Gaspari
na coluna de ontem?
Caro Mário, eu não sei quem paga os advogados do "povo". Mas
aposto que o que custa um só deles
ao "povo" (do PT, claro) daria para
organizar mais de um desfile de
cães em Campos do Jordão.
Cães de raça, como é óbvio, que é
deles que o "povo" (do PT, claro)
gosta, como informou dia desses
Mônica Bergamo.
Nada contra os cães de raça
(aliás, nada também contra vira-latas). Mas tudo contra o crime de
falsidade ideológica desse "povo"
que é elite e finge ser "povo".
crossi@uol.com.br
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