São Paulo, quinta-feira, 30 de agosto de 2007

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CLÓVIS ROSSI

De cães, elites e "povo"

SÃO PAULO - Mário Magalhães, o ombudsman desta Folha, pergunta na crítica interna que circulou anteontem: "Quem paga os advogados de Delúbio Soares, Silvio Pereira e outros denunciados que não aparentam ter renda para bancar as despesas com alguns dos melhores (e mais caros) criminalistas do país?".
Completou: "Não se trata de assunto que diga respeito somente a cliente e defensor. Há interesse público na informação".
Correto, Mário. Eu tenho uma resposta tipo Cláudio Lembo, genérica demais para satisfazer sua justa curiosidade: o "povo" (do PT, claro) faz algum tempo que praticou alpinismo social e instalou-se confortavelmente ao lado da "elite branca e má".
Logo, contrata os melhores representantes, na advocacia, da "elite branca e má", figura mitológica que Lembo descobriu com 50 anos de atraso, depois de conviver gostosamente com ela esse tempo todo. Curioso, aliás, que o "povo" (do PT, claro) hoje festeja a descoberta de Lembo, depois de ter passado a vida criticando-o e a todos os pefelês, hoje DEMs, justamente por serem da "elite branca e má".
Aliás-2: não é igualmente curioso que o único negro no STF durante o julgamento do caso mensalão não era réu, não era advogado de defesa, mas acusador -e que acusador, como tão bem mostrou Elio Gaspari na coluna de ontem?
Caro Mário, eu não sei quem paga os advogados do "povo". Mas aposto que o que custa um só deles ao "povo" (do PT, claro) daria para organizar mais de um desfile de cães em Campos do Jordão.
Cães de raça, como é óbvio, que é deles que o "povo" (do PT, claro) gosta, como informou dia desses Mônica Bergamo.
Nada contra os cães de raça (aliás, nada também contra vira-latas). Mas tudo contra o crime de falsidade ideológica desse "povo" que é elite e finge ser "povo".


crossi@uol.com.br

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