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FERNANDO RODRIGUES
A "onda vermelha", enfim
BRASÍLIA - Profecia nunca autocumprida, a "onda vermelha" petista tem chances de vingar na eleição
de 5 de outubro.
Em 2000, em meio à crise do já
moribundo governo FHC, os petistas pensavam em se esbaldar. Elegeram prefeitos em 187 cidades. Faturaram a jóia da coroa, São Paulo,
mas estacionaram muito atrás das
siglas tradicionais quando se comparava quem tinha mais cidades governadas à época -eram 5.559 municípios; hoje são 5.564.
Em 2004, a derrota paulistana de
Marta Suplicy e o ainda titubeante
governo Lula acabaram impedindo
um deslanche petista. Foi um avanço maiúsculo, de 119%, com 411 prefeitos eleitos. Mas a previsão petista
de vencer em 800 cidades estragou
a festa.
Agora, a história é outra. Previsões modestas dos petistas apontam para 40% de aumento no número de prefeitos. Ou seja, acham
que vão sair dos 411 em 2004 para
algo perto de 570, no mínimo.
O percentual deve ser superior
no Nordeste. Estados como a Bahia
serão palco de um fenômeno até
agora raro: petistas governando vários pequenos municípios. "É isso
que tem deixado a oposição agitada
no Congresso. Tem uma "onda vermelha" nas ruas", diz o senador petista por São Paulo Aloizio Mercadante, dando nome ao fato.
Como previsões eleitorais são
pouco recomendáveis -como dizem o políticos, o "problema do vaticínio é que depende do futuro"-,
melhor esperar para ver. Mas há
elementos a favor dos petistas.
A economia está muito melhor
do que em 2004. Lula é idolatrado
no Nordeste e nas regiões mais pobres do país. E, incrível, não há nenhum escândalo novo na praça.
A se confirmar o cenário, o PT terá o mesmo tamanho de PMDB,
PSDB e Democratas nas cidades
brasileiras. Ao mesmo tempo, todas
essas siglas cada vez mais se parecerão umas com as outras.
frodriguesbsb@uol.com.br
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