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Editoriais
O negócio é a lentidão
AINDA PIOR DO QUE não dispor de estruturas adequadas é pouco ou nada fazer
para mudar tal estado de coisas.
E esse, infelizmente, é o caso do
Brasil no que diz respeito ao ambiente de negócios.
O Banco Mundial (Bird) acaba
de divulgar a versão 2008 de seu
já clássico relatório "Doing Business", no qual faz o ranking dos
países que oferecem melhores
condições para empresários. Pela quinta vez consecutiva, o Brasil faz péssima figura. Ficou em
122º lugar entre as 178 nações
avaliadas. Está atrás de economias bem menores, como Uganda, Bangladesh e Nepal, ou conflagradas, como a dos territórios
palestinos. Na América Latina,
só se sai melhor que Equador,
Bolívia, Venezuela e Haiti.
O ranking leva em consideração itens burocráticos, jurídicos
e econômicos, como facilidade
para abrir e fechar um negócio,
contratar mão-de-obra, obter
crédito, grau de proteção legal a
investidores, carga tributária.
De um modo geral, o Brasil se
sai mal nas três esferas, em especial a burocrática e a tributária.
Por aqui, uma empresa leva
2.600 horas por ano -108 dias-
para pagar seus impostos e
preencher a papelada. É o pior
resultado do mundo. Em Cingapura, primeiro lugar no ranking,
terceira posição no quesito taxas, são apenas 49 horas.
O que preocupa é a relativa estagnação do Brasil. Desde a primeira edição do ranking, em
2003, o país não mudou de patamar. Não dá para dizer que o Brasil não tenha feito nada. O problema é que outros países fizeram muito mais. E empresários,
na hora de decidir investimentos, tendem a dar importância
não apenas à situação presente
mas também à perspectiva de
melhora. Nesse quesito, o Brasil
e a América Latina estão ficando
para trás de outras regiões do
planeta, onde reformas de estímulo aos negócios estão ocorrendo, e depressa.
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