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PAINEL DO LEITOR
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Rio, SP, Bagdá
"Não podemos comparar o Brasil
com o Iraque, como fez ontem Clóvis Rossi ("Ponto para a barbárie'),
porque lá é muito mais seguro do
que aqui. Lá se morre por um ideal;
aqui, por um real.
Somente nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro morrem bem
mais pessoas, diariamente, à bala,
do que no Iraque."
BRAZ FERRAZ CARLOMANHO (Piracicaba, SP)
"A vida do morador do Rio está
parecendo com a do sertanejo de
outrora, entregue à sorte lançada
em cada visita de cangaceiros a suas
vilas e povoados.
A era de Lampião voltou, agora
no Rio, com o povo no fogo cruzado
entre cangaceiros e macacos (a polícia, que chegou a se vestir quase
como cangaceiro de tanto que admirava o modo de vida daqueles
bandidos). Naquele tempo, o interior do Nordeste era terra de ninguém, onde imperava a lei do mais
forte -como ocorre hoje em solo
carioca. E a polícia, composta por
soldados da região, caçava os cangaceiros, mas queria, no fundo, tomar
o lugar dos errantes personagens de
cinema para poder "governar" à sua
maneira.
Até que o governo central resolveu acabar com a festa e mandou
tropas de outras províncias. Então
o cangaço morreu."
MARIA HILARINA AIRES NUNES (João Pessoa, PB)
Caixa paulista
"Em relação à reportagem "Lembo anuncia caixa de R$ 3,3 bilhões,
mas equilíbrio exige corte" (Brasil,
29/12), esclareço o que segue:
O saldo mencionado no texto, de
R$ 3,3 bilhões, é resultado de uma
versão preliminar do fluxo de caixa
do Tesouro, que, com as atualizações e ajustes, está atualmente previsto em R$ 3,9 bilhões.
O saldo projetado de R$ 3,9 bilhões teria sido muito maior (R$ 7,1
bilhões) se o governo do Estado não
tivesse reduzido seu passivo em R$
3,2 bilhões, com os pagamentos
adicionais de R$ 0,9 bilhão (quitação integral da dívida mobiliária) e
de R$ 0,9 bilhão de precatórios
(além do previsto) e com a redução
de obrigações a pagar de R$ 1,4 bilhão. Os números indicam, portanto, que, ao reduzir o passivo, o Estado está sendo entregue com suas
contas mais equilibradas.
Cabe ressaltar ainda que, em 31
de dezembro de 2006, a relação
"saldo de caixa/restos a pagar" deve
fechar em 1,30, apontando que, a
exemplo do que vem ocorrendo
desde 1999, toda despesa efetuada e
não paga no final deste ano possuía
contrapartida financeira no caixa
do Tesouro paulista.
Destaque-se também que o Programa Especial de Pagamento
(PEP) de Débitos Fiscais do ICMS,
além de favorecer os municípios
com repasses extras, representou
cerca de R$ 650 milhões adicionais
aos gastos em educação e saúde. O
PEP, somado ao esforço de arrecadação do IPVA, contribuiu ainda
para a execução dos investimentos
de R$ 5,9 bilhões programados para o exercício e que corriam risco de
paralisação. Deve-se observar que
esses aumentos de gastos foram
concretizados sem prejuízo do
equilíbrio orçamentário, além de
assegurar o cumprimento de todas
as metas fiscais previstas pela Lei
de Responsabilidade Fiscal e pelo
Programa de Ajuste Fiscal com a
União."
PATRÍCIA REIS GUEDES, assessora especial de
comunicação do governo do Estado de São Paulo
(São Paulo, SP)
Século passado
"O título do artigo de ontem do
professor Luiz Felipe de Alencastro
já diz tudo: "Memórias do Século
Passado". Século passado, em história, é pouca coisa; em política, soa
como era geológica.
A crítica à possibilidade de Delfim Netto participar do novo governo Lula transpõe para o presente
um cenário do passado. As condições concretas postas hoje são muito diferentes daquelas, e Delfim
Netto tem dado mostras cabais em
seus textos de que tem acompanhado as mudanças globais, o que não
parece ser o caso do professor, ainda preso na discussão do lamentável AI-5.
Como o próprio articulista reconhece, ele faz parte de uma minoria.
Ainda bem!
A grande maioria está atenta aos
indicadores sociais e econômicos,
que, ainda colocando o Brasil em situação desagradável no tocante aos
sociais, têm mostrado a melhoria
do nível de vida da população de
forma progressiva e sustentável.
Todo homem público deve ser
avaliado pelo conjunto de sua obra,
e não apenas por recortes parciais.
Dessa forma, se Delfim Netto for
para algum ministério do governo
Lula, o será em outra época daquela
mencionada, de outra forma. Terá
toda a imprensa e a opinião pública
a avaliá-lo, e não apenas uma minoria. Penso que seria uma boa oportunidade para todos."
ENILSON SIMÕES DE MOURA, Alemão, presidente
da Social Democracia Sindical -SDS
(São Paulo, SP)
Novo mandato
"Eu não costumo escrever para
publicações, mas não pude deixar
passar a oportunidade de citar o artigo da Danuza Leão de anteontem
("Mais quatro anos; socorro", Brasil). Está simplesmente fantástico.
Pena que poucos tenham a capacidade de entender tão bem como
ela o que acontece no país."
JOSÉ JOAQUIM MARQUES TERRA (Marília, SP)
"Um primor de preconceito a
crônica de Danuza Leão publicada
em 28/12. Preconceito não apenas
contra Lula, mas contra o povo brasileiro que o elegeu e que é tachado
de ingênuo e/ou interesseiro.
Danuza é, intelectualmente, o
mais bem acabado retrato de certa
colônia de parasitas -que Machado
de Assis identificou tão bem em
seus romances- que vive colada à
elite brasileira, cuja visão de mundo
reproduz e dissemina enquanto
usufrui da complacência de seus
mantenedores."
MARIA IZABEL BRUNACCI (Belo Horizonte, MG)
Educação
"Parabéns à Folha pelo excelente
editorial "O segredo do êxito" (Opinião, pág. A2, 24/12), que trata do
tema "educação" de forma elaborada
e consistente."
MILÚ VILLELA, presidente do Museu de Arte
Moderna de São Paulo, (São Paulo, SP)
Banco Santos
"Enquanto a criminalidade e a
corrupção assolam o país, o ministro Gilmar Mendes afirma, sem rodeios, para justificar a soltura de
Edemar Cid Ferreira, condenado
por desviar mais de R$ 2 bilhões,
que o clamor público, a credibilidade das instituições e até mesmo a
gravidade do delito não são suficientes para justificar uma prisão
cautelar ("Ex-dono do Banco Santos
sai da prisão", Dinheiro, 29/12).
Cabe então indagar o que seria
necessário, na visão do ministro,
para que um criminoso de "colarinho branco" seja preso no Brasil?
Aguardar décadas até que as quatro
instâncias julguem as dezenas de
recursos que certamente serão interpostos pelos competentes advogados do acusado?"
ALESSANDRO AUGUSTUS ALBERTI (São Paulo, SP)
Boas-festas
"A Folha agradece e retribui os
votos de boas-festas recebidos de:
Gilberto Kassab, prefeito de São
Paulo (São Paulo, SP); Lobbe Neto,
deputado federal pelo PSDB-SP
(Brasília, DF); Mariângela Duarte, deputada federal pelo PT-SP
(Brasília, DF); Rosana Paulo da
Cunha, gerente de Ação Cultural
do Sesc (São Paulo, SP); Luís Nassif, agência Dinheiro Vivo (São
Paulo, SP); João Verdi Carvalho
Leite, presidente da Avibras Aeroespacial S.A. (Jacareí, SP); Rodrigo Müssnich (São Paulo, SP).
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