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Painel do leitor
Explicação
"O jornalista Janio de Freitas se deixou levar pelo ardor da argumentação
em sua coluna de 18/1. Atribuiu os defeitos que vê na lei de doação de órgãos
ao 'vício de governar pelas ditatorialescas medidas provisórias' e à 'sujeição
do Congresso com a arma da corrupção política'. Errou. Na verdade a nova
lei nasceu de um projeto de um senador
de oposição. Por gestões do governo,
seguindo uma recomendação do Conselho Nacional de Saúde, a Câmara
emendou o projeto para condicionar a
remoção de órgãos ao consentimento
expresso do doador em vida. O Senado,
por unanimidade, rejeitou a emenda da
Câmara e manteve o conceito de doação presumida. O presidente da República acatou a decisão do Congresso e
sancionou a lei, por entender que ela
representa uma esperança para os milhares de brasileiros na fila de transplante, apesar da controvérsia sobre a
doação presumida."
Eduardo Graeff, subchefe para Assuntos Parlamentares da Presidência da
República (Brasília, DF)
Resposta do jornalista Janio de Freitas - Como o próprio missivista reconhece, o artigo "atribuiu os defeitos" da lei, e não a natureza institucional e formal do ato legislador, ao autoritarismo expresso no "vício (...) e
na sujeição", também citados na carta.
Sonhar é preciso
"Li, com surpresa, o artigo do meu
companheiro de Câmara Federal deputado Roberto Campos, 'Socialismo,
uma fábrica de sonhos', em que o autor
tenta ridicularizar os princípios de
igualdade, fraternidade e solidariedade
do socialismo, colocando-os como sonhos inatingíveis, utópicos, argumentando que o da Inglaterra, com Tony
Blair, e o da França, com Jospin, foram
totalmente transformados e o povo já
está engolindo formas neoliberais de
governo.
Jean Jacques Rousseau sonhou e suas
utopias democráticas se realizaram, em
parte, na Revolução Francesa. Marx e
Engels sonharam e suas utopias só não
foram realizadas totalmente pelo erro
do imperialismo comunista.
Em vez de o dr. Roberto Campos buscar em George Orwell a polícia do pensamento para destruir nossos sonhos,
deveria inspirar-se, talvez, no nosso
Henfil quando diz: '...se não houver folhas, valeu a intenção da semente'."
José Aristodemo Pinotti, deputado
federal pelo PSB (Brasília, DF)
Julgamento das urnas
"Um juízo justo. Não entendo por
que toda a mídia condena a candidatura de Collor. Se ele foi tão ruim para o
Brasil, com o que também concordo,
deixem que as urnas o repreendam. Esse medo de sua candidatura quase nos
revela duas coisas: ou o sistema de apuração de votos é suspeito ou os eleitores
são influenciados. E, nos dois casos, a
mídia detém a solução."
Maurício Costa Guimarães (Mogi
das Cruzes, SP)
Data marcada
"Que o governador Mário Covas, em
98, mantenha a mesma discrição que
tem praticado até agora: um governo
sério e de realizações. Peço ao governador que seja mantida a inauguração,
em 30/3, das estações de metrô Jardim
S. Paulo, Parada Inglesa e Tucuruvi. Esse evento deve acontecer mesmo e nunca ser objeto de campanha eleitoral."
Nelson Ribeiro dos Santos (São Paulo, SP)
Novo código de trânsito
"As infrações de trânsito devem ser
tratadas com todo o rigor. Ruas e estradas foram transformadas em verdadeiros campos sangrentos de batalha. Entre 1960 e 1996, estima-se que 586.150
pessoas morreram vítimas de acidentes
de trânsito. Em 1997, a previsão é de 28
mil mortos. Deve haver firmeza com
relação aos assassinos do trânsito. Não
obstante isso, no campo do Direito, alguns profissionais pugnam e têm sido a
favor de fiança e liberdade provisória
para apostadores de rachas, motoristas
que dirigem perigosamente e em excesso de velocidade etc."
Manuel Morales (São Paulo, SP)
Doação presumida
"Quando renovei a minha Carteira
Nacional de Habilitação, fiquei surpreso com a pergunta: é doador de órgãos?
A minha resposta foi sim, com muito
orgulho, por achar que estaria fazendo
uma caridade.
Agora já penso em alterar o meu documento pelo fato de o governo ter tirado de mim o ato espontâneo da doação. Ao contrário dessa lei de confisco,
melhor seria que o governo tivesse feito
uma campanha nacional de esclarecimento à população, tal como a da Aids
e a da doação de sangue."
Murilo S. Cordeiro (Uberaba, MG)
Poda drástica
"O Brasil possui todos os atributos
necessários para em 20 anos figurar entre as quatro maiores potências econômicas do planeta. Basta que tenha a coragem exigida de fazer em si uma poda
drástica, cortando todas as instituições
que só drenam recursos e em nada retribuem para o engrandecimento da
nação. Um país que insiste em privilegiar instituições improdutivas e falidas
em detrimento dos setores produtivos
acabará por merecer o conceito de nação leviana. Podar os ramos improdutivos é preciso, para que possamos voltar a sonhar com a possibilidade de um
futuro sem tanta miséria e tamanha desigualdade social."
João Dewet Moreira de Carvalho
(Nanuque, MG)
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