São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Declaração de O'Neill
"Se a frase do general francês não fosse verdadeira e se o fato histórico do dia 7 de setembro de 1822 fosse para valer, o sr. presidente da República informaria ao governo norte-americano que seu funcionário mr. O'Neill é "persona non grata" ao povo brasileiro e cancelaria sua visita ao país."
Juvenal Ferreira Fortes Filho (Rio de Janeiro, RJ)

"Parabenizo Clóvis Rossi pelo artigo "O'Neill, fique em casa-2" (Opinião, pág. A2, 30/7). Esse senhor, que tem feito poucas e boas com o Brasil, não representa em hipótese nenhuma a opinião da maioria do valoroso povo americano. Concordo com Clóvis Rossi quando diz que O'Neill "não tem autoridade moral para dar lições de bom comportamento a quem quer que seja", mas discordo quando diz que o secretário de Tesouro dos EUA "não está propriamente em posição de dar aulas sobre corrupção". Pelo contrário, a experiência que ele tem vivido com essa atual onda de corrupção e fraudes nos EUA o coloca em posição privilegiada para dar aulas sobre o assunto."
Francisco J. R. Bueno (São Paulo, SP)

"Quem faz o que não deve, ouve o que não quer. Por tal razão causa estranheza a indignação dos nossos governantes diante das declarações do secretário do Tesouro americano. A falta de auto-estima nacional de nossas elites políticas -composta em grande parte por brasileiros envergonhados- fez com que, especialmente nos últimos oito anos, fôssemos governados para fora. O mercado que preocupou os governantes foi o externo. O interno foi desprezado e, com ele, o emprego, o nosso parque industrial e o comércio. Fomos obrigados a nos curvar aos desejos das potências econômicas. Abrimos nossos portos para as importações, mas encontramos barreiras intransponíveis para as exportações. O capital estimulado foi o especulativo, e não o produtivo. Enfim, a política foi anti-nacional, predadora e subserviente. Portanto, bravejar agora não adianta. Até porque o palavrório soará falso e inconsistente."
Antonio Claudio Mariz de Oliveira, ex-presidente da OAB-SP e ex-secretário de Segurança Pública e de Justiça de São Paulo (São Paulo, SP)

"Alguém em sã consciência pode indignar-se com a verdade dita por Paul O'Neill sobre o sumiço (desvio) dos empréstimos do FMI -inclusive para contas na Suíça? Alguém pode desconhecer que o Brasil (assim como a Argentina) sempre gastou mais do que produz exatamente usando (e desviando!) a tal grana do FMI e similares? E alguém pode ter dúvidas de que, num mundo globalizado, todas as dívidas terão de ser pagas -de uma forma ou de outra? Só vai ao FMI quem quer, e esse organismo tem todo o direito de exigir garantias."
Urbano Alberto A. S. Barreto (São Paulo, SP)

Imprensa
"Quero parabenizar o ombudsman Bernardo Ajzenberg por sua brilhante análise sobre o comportamento da imprensa -mais precisamente o da Folha- durante a semana passada em relação à disputa eleitoral. Concordo plenamente com a sua análise, que vem refletir a guinada do jornal em favor do candidato do governo. É pena que a Folha desconheça a verdadeira realidade em que vivem os milhões de desempregados e aposentados e o crescente empobrecimento da classe média e da população em geral. É pena que desconheça o criminoso aumento da dívida pública, cuja maior parte foi indexada pela correção cambial, assim como foram indexados os preços das tarifas públicas das empresas privatizadas."
Anacio Haddad (São Paulo, SP)

Perueiros
"Interessante o artigo "Legalidade e perueiros", de Celso Ribeiro Bastos ("Tendências/Debates", pág. A3, 30/7). O autor não tem conhecimento de causa sobre o assunto, pois nunca deve ter pego um ônibus no terminal Dom Pedro ou no terminal de Santo Amaro. Fica fácil falar em constitucionalidade e em legalidade do alto de sua cátedra. É fácil proferir pareceres favoráveis aos interesses de empresários gananciosos, que tratam os populares não como "patos", mas como "bovinos" em seus caminhões adaptados para transportar pessoas."
Mario Vidal (Mairiporã, SP)

ABL
"Foi extremamente infeliz o comentário do leitor Fabricio Mazocco ("Painel do Leitor", 29/7) em relação à eleição de Paulo Coelho para a ABL. O conceito de qualidade literária é muito relativo. As pessoas são diferentes, e cabe a cada uma definir que tipo de livros tem qualidade literária para si. Paulo Coelho não só vendeu milhões de livros como também ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais, ajudando a divulgar a literatura brasileira em todo o mundo."
Junior Nunes Pacheco (São Paulo, SP)

Nova moeda e organismos
"Em vista do brutal endurecimento da política externa norte-americana, sugiro que o Brasil contra-ataque adotando o euro como moeda-padrão para as transações internacionais. Se o Brasil liderar os países do Mercosul e os demais países sul-americanos nessa mudança, certamente encontrará aliados de peso -como China, Rússia e todos os países que desejem se ver livres da crescente arrogância americana. Essa mudança poderia ser acompanhada da criação de um novo organismo internacional nos moldes do FMI, mas livre da dominação americana e voltado para os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento."
Mário Barilá Filho (São Paulo, SP)

De qualquer maneira
"Na Primeira Página de ontem, aparecem sorridentes e abraçados o senhor Antonio Carlos Magalhães e o candidato à Presidência sr. Ciro Gomes. Concluo que já era de se esperar um apoio do sr. ACM ao candidato que está subindo nas pesquisas. É só lembrar como nasceu o PFL, que sempre quer ser governo -de qualquer maneira."
Sérgio Leonello (São Paulo, SP)

Bancos
"Li na Primeira Página de ontem que os lucros de um banco aumentaram em estratosféricos 426,9% no período de um ano. Seria lícito perguntar que tipo de negócio (legal ou ilegal) no mundo inteiro obtém incremento de lucros dessa magnitude -fora os bancos no Brasil, é claro."
Rui Ernesto Otto Behr (São Paulo, SP)



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