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Momento de verdade
CARLOS HEITOR CONY
Rio de Janeiro - Belíssima a retomada do desenvolvimento promovida
pelo governo. Passamos a semana sob
a ameaça de um colapso no abastecimento, caminhoneiros na estrada, aumento de violência nas duas principais cidades do país.
Pergunta: e o novo ministério que
salvaria o marasmo de FHC, impotente para fazer o que diz e dizendo cada
vez mais o que não pode ou não quer
fazer?
Estamos chegando a um momento
de verdade. Não adianta procurar
causas e soluções lá fora. Bem ou mal,
parece que a entrada de Armínio Fraga no Banco Central, se não resolveu,
ao menos deu alguma segurança na
desvantajosa situação nacional.
Antes tínhamos a desvantagem aliada à insegurança. Agora, continuamos em desvantagem, mas fixamos o
placar. É como perder de 5 a 0 e soltar
foguete porque não estamos perdendo
de 10 a 0.
A crise está estourando aqui dentro
mesmo, com parcelas da sociedade cada vez maiores reclamando do blablablá de um presidente que toda hora se
diz indignado diante da situação que
ele próprio criou. Uma crise que não é
mais específica, limitada por um ato
ou um fato. A crise atual não se confinou nas repartições do governo. Ganhou o ar livre das estradas. É um somatório de crises.
Discutiu-se durante algum tempo se
o governo deveria optar entre o desenvolvimento e a estabilidade. Como tudo neste governo, o debate limitou-se
à saliva dos interessados. Na prática,
ficamos sem desenvolvimento e estamos ficando sem a estabilidade.
As estatísticas apresentadas oficialmente perdem credibilidade. O custo
de vida e os índices de desemprego estão sendo manipulados pelo governo.
E desmentidos diariamente pela realidade de cada dia.
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