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Polícia apura se brinquedo já tinha defeito

Dois dos cinco blocos de cadeiras da torre do parque Hopi Hari de onde menina caiu estavam sem funcionar

Operadores devem ser ouvidos nesta semana; parque diz que bancos sem uso passavam por manutenção de rotina

SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO
TALITA BEDINELLI
ENVIADA ESPECIAL A VINHEDO

O delegado Álvaro Santucci Júnior, que investiga a morte da adolescente de 14 anos no parque Hopi Hari, em Vinhedo (interior de SP), disse que vai apurar o motivo de dois dos cinco blocos de cadeiras do brinquedo La Tour Eiffel, onde ocorreu a queda da menina na sexta-feira, estarem fora de operação.

O brinquedo foi vistoriado anteontem, mas a prioridade foi dada aos blocos que estavam em funcionamento.

A adolescente Gabriela Yukay Nychymura morreu após cair de uma altura de 25 metros. Segundo testemunhas, a trava de segurança da cadeira onde ela estava abriu durante a descida brusca, arremessando-a do brinquedo.

A assessoria de imprensa do Hopi Hari confirmou que dois blocos não estavam funcionando porque foram retirados do brinquedo para uma manutenção rotineira.

Neste sábado, o parque reabriu normalmente, mas o La Tour Eiffel ficou interditado.

O local estava cercado por tapumes e guardado por seguranças, que não deixavam que curiosos se aproximassem. Um funcionário afirmou à reportagem que eles foram avisados que havia jornalistas à paisana no local e que não deveriam conversar.

Nesta semana, o delegado começará a ouvir os operadores do brinquedo, além de técnicos e engenheiros do parque. A polícia quer saber se houve falha mecânica ou do operador do brinquedo.

"Queremos saber se quem estava com a responsabilidade de checar a segurança fez realmente isso". Anteontem, o delegado havia dito que "provavelmente" havia ocorrido uma falha mecânica.

Em nota, o parque disse que faz um "extenso programa da manutenção", dentro de seu padrão de segurança.

O delegado disse que ainda é preciso identificar e ouvir as pessoas que estavam sentadas ao lado de Gabriela. "Queremos saber se ela fez algum comentário, se estranhou algo", disse Júnior.

O delegado pediu para que pessoas que estiveram com a adolescente no brinquedo procurem a polícia. Gabriela estava acompanhada pelos pais, mas eles não estavam com ela na hora do acidente.

O corpo de Gabriela foi enterrado ontem à tarde, em Guarulhos (Grande SP).

Cerca de cem pessoas acompanharam a cerimônia, que teve um cortejo ao som de violino. Ninguém quis falar com a imprensa.

Abatidos, os pais da garota, Silmara e Armando Nychymura, ficaram o tempo todo ao lado do caixão, que estava lacrado. A família mora há cerca de 20 anos no Japão e estava em Guarulhos desde o início do mês de férias na casa dos avós de Gabriela, no Jardim Bela Vista.

A assessoria do Hopi Hari informou que o parque vai arcar com todas as despesas da família de Gabriela.

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