Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Corregedoria do TJ de São Paulo será alvo do CNJ

Ministra Eliana Calmon quer verificar se existe algum processo emperrado

Corregedora afirma que pretende examinar os grandes tribunais até setembro, quando termina a sua gestão

FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO

Além de investigar a folha de pagamentos e declarações renda dos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) vai inspecionar os processos contra juízes e servidores conduzidos pela corregedoria da corte.

A ampliação do trabalho do CNJ também alcançará os casos de improbidade administrativa contra políticos e funcionários públicos sob responsabilidade do tribunal.

"Verificaremos os processos de improbidade e na corregedoria os processos que foram abertos contra magistrados, se estão em ordem e se estão andando naturalmente, ou existe algum processo emperrado, caminhando para a prescrição", afirmou anteontem a corregedora do CNJ, Eliana Calmon.

Segundo Calmon, a inspeção nesses tipos de causas já ocorreu em tribunais pequenos e não teria sentido excluir os TJs de São Paulo, do Rio de Janeiro e outras grandes cortes desse tipo de apuração.

A princípio, a inspeção em São Paulo tinha como foco a investigação sobre a evolução patrimonial e supostos pagamentos privilegiados ou ilegais a desembargadores.

O trabalho foi interrompido em dezembro por causa de uma liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski.

O magistrado suspendeu as apurações por entender que elas tiveram base em uma suposta quebra ilegal de sigilo bancário e fiscal pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda que verifica movimentações financeiras atípicas.

Em fevereiro, o ministro Luiz Fux assumiu a relatoria do caso e liberou o CNJ para continuar as apurações em tribunais desde que conselho não utilize os dados fornecidos pelo Coaf.

A reportagem procurou o presidente do TJ de São Paulo, Ivan Sartori, mas a assessoria de imprensa da corte informou que ele estava em viagem pelo interior paulista.

Ao falar da retomada das inspeções nesta semana, Calmon anunciou ainda a inclusão do TJ do Rio Grande do Sul no roteiro do CNJ, para que nenhum grande tribunal do país fique sem ser examinado até o final da gestão dela em setembro.

Sobre os processos de improbidade, a Folha revelou que o TJ do Rio de Janeiro ocupava em fevereiro a 21ª posição no ranking nacional de punições definitivas nesse tipo de causa. O TJ de São Paulo é o líder desse ranking, com 37% das punições dessa natureza no país.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.