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Planalto promete verba para aprovar incentivo à indústria

Governo age na Câmara para evitar que plano perca validade e afagar oposição

Movimentação não contou com a ajuda do líder na Casa, Arlindo Chinaglia (PT), alvo de insatisfação de Dilma

DE BRASÍLIA

Após promessas de liberação de recursos e pressão sobre aliados, o governo conseguiu aprovar ontem na Câmara uma das duas MPs (medidas provisórias) de incentivo à indústria que compõem o Plano Brasil Maior.

A medida, que estabelece desoneração da folha de pagamento, ainda precisa passar pelo Senado para entrar em vigor. Hoje, o governo espera votar a segunda MP.

A análise da medida só foi possível porque o governo voltou a abrir o cofre e ampliou a cota de cada um dos 87 deputados oposicionistas em emendas parlamentares de R$ 2,5 milhões para R$ 3 milhões. No total, foram incorporados R$ 43 milhões aos R$ 217,5 milhões que já estavam previstos para eles.

Esse mesmo acordo tinha sido rejeitado na semana passada pela oposição, quando a presença de aliados no Congresso era menor.

Ontem, diante da forte presença da base, os oposicionistas recuaram na obstrução das votações.

O governo teve que agir para garantir quórum ontem, pois, na semana passada, os deputados aliados já tinham retornado para suas bases eleitorais, abandonando a análise das medidas.

Líderes aliados dispararam telefonemas cobrando a presença dos parlamentares e procuraram o ministro Alexandre Padilha (Saúde) para pressionar pela liberação de verbas para a saúde, por meio de emendas.

O ministro prometeu se esforçar para liberar o dinheiro, mas alegou que apenas recebeu os pedidos na última quinta-feira e que há problemas burocráticos, como falta de projetos, para atender às demandas dos congressistas.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que participou do acordo, disse que considera "legítima" a negociação das emendas.

A força-tarefa para a votação da MP do plano para a indústria foi posta em prática sem a presença do líder do governo na Câmara, o deputado petista Arlindo Chinaglia (SP).

Chinaglia tem sido alvo de reclamações do Palácio do Planalto depois de viajar para os Estados Unidos e abandonar a articulação política, na semana passada.

Esperado em uma reunião no Planalto, ele faltou e não se justificou. Assessores disseram que ele deveria ter enfrentado problemas no voo.

CESTA BÁSICA

Na votação, a oposição emplacou uma emenda que zera as alíquotas de PIS, Cofins e IPI dos produtos da cesta básica. O impacto da medida não foi calculado.

Líderes governistas minimizaram a decisão, lembrando que, na prática, programas do governo já concedem desonerações aos produtos da cesta.

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