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Presidente da SIP toma posse e ataca populistas

Hoje há perigo para a liberdade, diz Mantilla

DE SÃO PAULO

O novo presidente da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), o equatoriano Jaime Mantilla, tomou posse ontem de uma maneira que simboliza as ameaças à imprensa na América Latina, segundo ele.

Mantilla estava em Quito, Equador, e fez seu discurso para plateia em São Paulo por meio da câmera do Google +, a rede social do Google.

Ele disse que não veio para o encontro em São Paulo porque precisava cuidar de seu diário, o "Hoy", por causa das ameaças que o jornal sofre do governo do presidente Rafael Correa.

Dias antes, diretores da SIP informaram que Mantilla não viria, mas não deram conotação política à ausência. Diziam que ele estava com problemas pessoais.

Mantilla substitui o norte-americano Milton Coleman, ex-editor do jornal "Washington Post", na presidência da entidade. O mandato é de dois anos.

Em seu discurso de posse, Mantilla atacou os regimes populistas que tentam restringir a liberdade de imprensa na América Latina -e, em particular, o governo do presidente equatoriano. "Assumo esta presidência em um momento perigoso para a liberdade", afirmou num telão para a plateia da assembleia.

"As tendências de muitos governos de distintas ideologias é uniformizar o pensamento dos cidadãos livres, eliminar as tendências contrárias, aterrorizar e, inclusive, eliminar os que denunciam os abusos."

A SIP, entidade que se tornou conhecida pela defesa da liberdade de imprensa durante os regimes militares dos anos 60 e 70, coloca o Equador, a Venezuela e a Argentina no topo do ranking dos países em que há ameaças frequentes à imprensa livre.

A assembleia geral da entidade acabou ontem, após cinco dias de debates, nos quais participaram cerca de 450 jornalistas do continente americano.

MORTES E AMEAÇA

O informe final da SIP sobre o Brasil cita duas mortes de jornalistas neste ano -Valerio Luiz, em Goiânia (GO), e Décio Sá, em São Luís (MA)- e a ameaça sofrida pelo repórter da Folha André Caramante após ter publicado em 14 de julho um texto sob o título "Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook".

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