São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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Após vitória, presidente e eleita se abraçam e choram

DA ENVIADA A BRASÍLIA
DE BRASÍLIA

No primeiro encontro após o resultado, Lula e a presidente eleita Dilma Rousseff se abraçaram e choraram.
O encontro foi testemunhado pelos integrantes da coordenação da campanha petista e por vários ministros que estiveram ontem à noite no Palácio da Alvorada.
Lula discursou para os convidados dizendo que sua sucessora foi uma "guerreira" ao longo de toda campanha e merecedora da vitória.
Em meio à comemoração, Dilma disse que pretende descansar alguns dias nesta semana e depois acompanhar Lula em uma viagem à África e ao G20.
A presidente eleita ficou no Alvorada por pouco mais de duas horas. Ao deixar o local, o carro que a transportava se chocou contra um cone fixo de concreto instalado na entrada do palácio.
Antes, por volta das 19h32, Dilma, de olhos marejados, aceitou receber o primeiro abraço de parabéns como presidente eleita. Ela estava em casa, no Lago Sul, e resistia às congratulações, mesmo com resultado da pesquisa boca de urna em mãos.
Ao seu lado, Fernando Pimentel, José Eduardo Cardozo, o governador Jaques Wagner (BA), o marqueteiro João Santana e seu médico, Roberto Kalil, aguardavam o anúncio pela televisão.
Os coordenadores da campanha petista José Eduardo Dutra e Antonio Palocci, também presentes, choraram ao ouvir o resultado oficial. Todos se abraçaram.
Durante o dia, em vários momentos, o comentário mais frequente de Dilma com assessores e familiares revelava seu alívio: "Ainda bem que isso tudo acaba hoje".
Ao contrário do primeiro turno, ela e sua equipe optaram por acompanhar a apuração em casa e só depois foram ao Palácio da Alvorada.
Lá, o presidente Lula estava reunido com o ministro Franklin Martins (Comunicação), o jornalista Ricardo Kotscho e o presidente de Furnas, Jorge Samek. Também passou pelo Alvorada o chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho.
Quando os números indicaram a vitória, Lula classificou o resultado de "maravilhoso, para quem chegou a estar à beira da derrota" no início do segundo turno.
A primeira ligação para Dilma veio do presidente do TSE, Ricardo Lewandowski.
Mesmo hospitalizado, o vice-presidente, José Alencar, ligou para a colega de governo. Dilma prometeu a ele que celebraria a seu lado "dançando um xaxado" em homenagem a Lula e ao Nordeste. O convite havia sido feito por Alencar meses atrás.
Dilma ficou surpresa com a demora de José Serra em ligar para reconhecer a derrota. Ele a cumprimentou em um telefonema às 23h06.
Dilma propôs a abertura de um canal de comunicação entre governo e oposição: "Manteremos o contato. É importante para o Brasil". Ele concordou. "Vamos sim. É de meu interesse", disse. O tucano havia tentado, 30 minutos antes, falar com ela, que fazia seu discurso.
Às 23h25, Dilma recebeu a ligação de Marina Silva (PV), que a saudou por ser a primeira eleita presidente. (ANA FLOR, CATIA SEABRA, MÁRCIO FALCÃO, NATUZA NERY e VALDO CRUZ)


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