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Eleita, Dilma promete erradicar a miséria
Sucessora de Lula diz que sua "alegria maior" se deve ao fato de uma mulher ter chegado à Presidência pelo voto
Petista diz que estende sua mão à oposição e
diz que governará sem perseguir adversários e sem favorecer aliados
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Em seu primeiro discurso
como presidente eleita, ontem à noite, em Brasília, Dilma Rousseff (PT) disse que
seu principal compromisso é
erradicar a miséria no país.
"Ressalto, entretanto, que
essa ambiciosa meta não será realizada apenas pela vontade do governo. Essa meta é
um chamado a nação. [É preciso] o apoio de todos para
superar esse abismo que nos
separa de ser uma nação desenvolvida", disse a ex-ministra em hotel na capital federal, onde se concentravam
petistas e aliados, como o vice Michel Temer (PMDB).
Dilma agradeceu aos brasileiros por sua vitória sobre
José Serra (PSDB) e ressaltou
que sua "alegria maior se deve ao fato de uma mulher ter
chegado à Presidência pelo
caminho sagrado do voto".
"Por isso registro aqui outro compromisso com o país:
valorizar a democracia em toda a sua dimensão." Ela reafirmou que "zelará pela mais
ampla e irrestrita liberdade
de imprensa, pela mais ampla liberdade religiosa e de
culto. Zelarei pela nossa
Constituição, dever maior da
Presidência da República."
Ela disse que estendia sua
mão à oposição e prometeu
fazer um governo sem perseguir adversários ou proteger
amigos. Disse que será rígida
na defesa do interesse público e que não tem compromisso com os erros, desvios e
malfeitos.
Dedicou um elogio especial a Lula: "Ter a honra de
seu apoio e de sua convivência, ter aprendido com sua
imensa sabedoria, são coisas
que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos
estes anos com ele me deu a
exata dimensão do governo
justo e do líder apaixonado
por seu país e por sua gente.
A alegria que sinto hoje pela
minha vitória se mistura com
a emoção de sua despedida".
Dilma disse que "um líder
como Lula nunca estará longe de seu povo, de cada um
de nós. Baterei muito à sua
porta, e tenho certeza que a
encontrarei sempre aberta".
"A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora, mas saberei honrar este legado, consolidar e avançar sua obra.
Aprendi com ele que quando
se governa pensando no interesse público e no mais necessitado, uma imensa força
brota do povo e nos ajuda a
governar", disse a eleita.
"Passada a eleição, sabemos que é hora de trabalho.
Passado o debate de projetos, agora é hora da união."
Pela manhã, em Porto Alegre, onde votou, ela afirmou
que seu governo será chefiado pela aliança que a apoiou,
sem se comprometer a incluir
partidos de oposição: "A minha coligação, a que me trouxe até aqui, é a coligação com
a qual governarei".
Ela disse também ter sido
vítima de "calúnias" na campanha, mas declarou que
preferia "enfatizar os bons
episódios" da campanha.
Colaborou GRACILIANO ROCHA , de Porto
Alegre
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