São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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Eleita, Dilma promete erradicar a miséria

Sucessora de Lula diz que sua "alegria maior" se deve ao fato de uma mulher ter chegado à Presidência pelo voto

Petista diz que estende sua mão à oposição e diz que governará sem perseguir adversários e sem favorecer aliados

ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Em seu primeiro discurso como presidente eleita, ontem à noite, em Brasília, Dilma Rousseff (PT) disse que seu principal compromisso é erradicar a miséria no país.
"Ressalto, entretanto, que essa ambiciosa meta não será realizada apenas pela vontade do governo. Essa meta é um chamado a nação. [É preciso] o apoio de todos para superar esse abismo que nos separa de ser uma nação desenvolvida", disse a ex-ministra em hotel na capital federal, onde se concentravam petistas e aliados, como o vice Michel Temer (PMDB).
Dilma agradeceu aos brasileiros por sua vitória sobre José Serra (PSDB) e ressaltou que sua "alegria maior se deve ao fato de uma mulher ter chegado à Presidência pelo caminho sagrado do voto".
"Por isso registro aqui outro compromisso com o país: valorizar a democracia em toda a sua dimensão." Ela reafirmou que "zelará pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa, pela mais ampla liberdade religiosa e de culto. Zelarei pela nossa Constituição, dever maior da Presidência da República."
Ela disse que estendia sua mão à oposição e prometeu fazer um governo sem perseguir adversários ou proteger amigos. Disse que será rígida na defesa do interesse público e que não tem compromisso com os erros, desvios e malfeitos.
Dedicou um elogio especial a Lula: "Ter a honra de seu apoio e de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governo justo e do líder apaixonado por seu país e por sua gente.
A alegria que sinto hoje pela minha vitória se mistura com a emoção de sua despedida".
Dilma disse que "um líder como Lula nunca estará longe de seu povo, de cada um de nós. Baterei muito à sua porta, e tenho certeza que a encontrarei sempre aberta".
"A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora, mas saberei honrar este legado, consolidar e avançar sua obra.
Aprendi com ele que quando se governa pensando no interesse público e no mais necessitado, uma imensa força brota do povo e nos ajuda a governar", disse a eleita.
"Passada a eleição, sabemos que é hora de trabalho. Passado o debate de projetos, agora é hora da união."
Pela manhã, em Porto Alegre, onde votou, ela afirmou que seu governo será chefiado pela aliança que a apoiou, sem se comprometer a incluir partidos de oposição: "A minha coligação, a que me trouxe até aqui, é a coligação com a qual governarei".
Ela disse também ter sido vítima de "calúnias" na campanha, mas declarou que preferia "enfatizar os bons episódios" da campanha.


Colaborou GRACILIANO ROCHA , de Porto Alegre


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