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Serra vai ao exterior e deixa PSDB com Aécio
Paulista tira férias para decidir futuro enquanto mineiro se cacifa para assumir partido e concorrer à Presidência
Para ser competitivo em 2014, partido ampliará leque de aliados no país e buscará mais respaldo da opinião pública
CATIA SEABRA
BRENO COSTA
DE SÃO PAULO
Na derrota de José Serra, a
ascensão de Aécio Neves. Batido numa corrida presidencial pela segunda vez, e aos
68 anos, Serra avisou a aliados, antes mesmo da campanha, que seria sua última
candidatura a um cargo no
Executivo caso não vencesse.
Ao longo da campanha,
Serra se recusava até a ouvir
a hipótese de concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2012.
Segundo aliados, Serra deverá tirar férias após a eleição
e decidir seu futuro na volta
ao Brasil. A aposta é que passe uma temporada fora do
país, dedicando-se aos estudos, e avalie seu destino.
Uma alternativa é concorrer ao Senado. Duro será
atravessar quatro anos até lá.
O afastamento nasce da
constatação de que Aécio deve assumir o comando do
partido. Sem enfrentar resistência de um Geraldo Alckmin mergulhado no governo
de São Paulo, Aécio trabalhará para atrair tucanos.
Na última sexta, logo após
o debate da Globo, Aécio fez
uma avaliação sobre a campanha de Serra: "Não se faz
campanha sem emoção".
Outro tucano que desponta no cenário nacional, o governador eleito do Paraná,
Beto Richa, se dedicará à tarefa de administrar o Estado.
Para evitar uma crise no
calor da eleição, a escolha do
novo presidente do PSDB foi
adiada em seis meses, de novembro para maio de 2011.
Além da chamada despaulistanização, o partido discutirá
a reconstrução da imagem.
A estratégia de Aécio rumo
ao Palácio do Planalto está
traçada: ampliar o leque de
aliados e se tornar nacionalmente conhecido.
A caminhada de Aécio esbarrará na supremacia governista no Congresso. Dilma
terá uma maioria avassaladora na Câmara e no Senado.
DEM-PMDB
Debilitada no Congresso, a
oposição vai governar Estados que somam 52,5% do
eleitorado brasileiro.
No PSDB, no PPS e no
DEM, o maior medo é que o
governo flexibilize a fidelidade partidária para incorporar
à base parlamentares eleitos
pela oposição. Integrantes
do DEM - o prefeito de São
Paulo, Gilberto Kassab, entre
eles - flertam com uma adesão ao PMDB.
"O governo vai abrir mais
uma janela para aniquiliar a
oposição. A situação do país
é muito preocupante", alarma-se o ex-senador Jorge
Bornhausen (DEM-SC).
Tucanos e democratas
avaliam que, agora, para resistir e se tornar viável politicamente em 2014, a oposição
terá que se desencastelar e
buscar a todo momento respaldo da opinião pública.
Para isso, entra na pauta
de prioridades um contato
mais estreito com entidades
representativas da sociedade
civil, como OAB e CNBB.
É consenso que o papel desempenhado por PSDB e
DEM, principais pilares oposicionistas nos últimos quatro anos, terá que ser revisto.
Os partidos, a despeito de
vitórias pontuais em votações no Congresso, assistiram a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu governo ascender
a níveis recordes.
"A oposição tem que ser
mais afirmativa e sem concessões", defende o senador
Álvaro Dias (PSDB-PR), remanescente da dizimada ala
radical da oposição, que perdeu, nas urnas, nomes como
Tasso Jereissati (PSDB-CE) e
Arthur Virgílio (PSDB-AM).
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