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Apuração de escândalos seguirá na transição
DE BRASÍLIA
Eleita ontem, Dilma Rousseff (PT) terá que dividir a
montagem da sua equipe de
governo com explicações sobre dois escândalos que marcaram sua campanha- o caso Erenice Guerra e a quebra
de sigilo fiscal de tucanos e
pessoas próximas a José Serra (PSDB).
O desfecho dos dois casos,
empurrados para depois da
eleição, deve culminar com o
período de transição do governo, entre novembro e dezembro. A posse é no dia primeiro de janeiro.
Na próxima semana, encerra o prazo dado pela Justiça para que a Polícia Federal
conclua as investigações das
denúncias de tráfico de influência na Casa Civil.
O escândalo envolve a sub
de Dilma na Casa Civil, Erenice Guerra, que pode ser indiciada após ter confirmado semana passada em depoimento à PF que recebeu empresários que negociavam
com a empresa de lobby dos
filhos dela.
Dilma tem afirmado que
não sabia de nada e criticado
a conduta da sua braço direito no governo. Erenice teve
de deixar o governo após a
Folha revelar que um dos encontros ocorreu no prédio do
governo com empresários de
Campinas.
Também está em curso
apuração sobre como os Correios, em especial a área de
transporte de carga, foram
afetados pelo lobby.
A PF deve sinalizar nos
próximos dias se irá aprofundar a investigação sobre a
quebra do sigilo de familiares de Serra e de tucanos.
Nos dois casos, a oposição
não descarta propor CPIs caso a investigação da PF não
seja conclusiva.
A sindicância do governo
instalada para apurar a participação de servidores no esquema de lobby na Casa Civil
também pode ser concluída
no próximo dia 18, fim do novo prazo dado para o encerramento dos trabalhos.
A Folha revelou que a sindicância detectou que o esquema de lobby não se restringia à Casa Civil, mas contava com a participação de
dois outros órgãos vinculados à Presidência da República -GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e SAE
(Secretaria e Assuntos Estratégicos).
Os computadores de Erenice e outros dois assessores
da Casa Civil estão sendo periciados pela PF e pela sindicância interna
A PF não confirma, por
exemplo, se pediu quebra de
sigilos fiscal, telefônico e
bancário dos envolvidos, que
podem atrasar a conclusão
do inquérito.
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