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Eleitores preferem viajar só depois de votar
Abstenção é de 21,5%; o maior fluxo de carros para o litoral de SP ocorreu após as 11h
MARIO CESAR CARVALHO
ENVIADO ESPECIAL À BAIXADA SANTISTA
Dava para ver logo de manhã no Canto da Praia, em
Santos, que a previsão dos
políticos de que haveria uma
abstenção recorde por causa
do feriado prolongado tinha
naufragado. Havia vazios
quilométricos na areia. Os
barraqueiros reclamavam:
"Isso aqui tá pior do que feriado prolongado com chuva", dizia Amarildo Pereira
Muniz, 46, 20 anos de praia.
Dados do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) mostram
que o Canto da Praia não foi
uma exceção. O índice de
abstenção foi de 21,5%, não
muito diferente do que ocorreu nas disputas presidenciais de 2002 e 2006 (20,5% e
19%, respectivamente).
A fuga para o litoral até
aconteceu -mas só depois
da votação. Números da Ecovias, que administra a Anchieta/Imigrantes, principal
via de acesso ao litoral, apontam que o eleitor só foi para a
praia depois de votar.
No sábado, passaram
31.300 veículos pelo pedágio
das 8h às 17h. Ontem, foram
49.300, com congestionamento entre as 11h e as 14h.
Levantamento nada científico feito pela reportagem
em quatro praias mostra que
José Serra perdeu mais votos
do que Dilma Rousseff entre
os que deram as costas para
as urnas. De 30 eleitores que
não votaram, 21 eram serristas e nove, petistas.
Todos os serristas tinham
um argumento similar para
justificar a fuga, uma espécie
de síndrome de já perdeu.
"Vim para a praia porque o
Serra já perdeu", dizia advogada Mayara Zanini, 23.
O grupo de Mayara contabiliza cinco votos perdidos
pelo tucano. Na família da
dona de casa Mila Myrtha
Zinni, 69, eram seis.
Mila acha que marcaram a
eleição na véspera de um feriado de propósito: "Foi um
truque para o Serra perder".
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