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MERCADO ELEITORAL
Na periferia de Boa Vista, morador
promove "leilão" em troca de voto
DOS ENVIADOS ESPECIAIS A BOA
VISTA (RR) E A MACAPÁ (AP) -
Uma espécie de mercado aberto do voto surge na periferia de
Boa Vista (RR) às vésperas de
cada eleição.
Com cadeiras em frente às
casas, reunidos nas esquinas
ou em bares, moradores avançam pela madrugada a oferecer, muitas vezes de forma ostensiva, seus votos a quem fizer a melhor oferta.
Na noite de sábado, a Folha
viu esse cenário em três dos
mais populosos bairros da cidade. "Dinheiro", gritou um
morador, em meio a um grupo
que acenava, sinalizando uma
negociação.
Em uma esquina, um jovem
assegura que também tem idade para votar e pede R$ 50.
"Posso ir em casa e buscar o título [de eleitor]."
Por ruas mal iluminadas, o
tráfego de veículos -camionetes de luxo, em muitos casos-
era intenso.
"É um colégio eleitoral pequeno [o menor do país, com
271 mil eleitores], onde a parte
financeira faz realmente a diferença", diz o delegado-executivo da Polícia Federal, Alexandre Ramagem.
A PF apreendeu em todo o
país R$ 6 milhões em espécie
por suspeita de compra de votos entre o primeiro e o segundo turnos. Pelo menos 23 pessoas foram detidas.
A maior parte foi apreendida anteontem, no Amapá:
R$ 5,5 milhões em espécie, que
estavam em avião que pousou
em Macapá.
(RODRIGO VARGAS e JEAN-PHILIP STRUCK)
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