São Paulo, quarta-feira, 01 de dezembro de 2010

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Brasil "passa humilhação" com Aerolula, diz presidente

Lula defende compra de novo avião para dar mais autonomia de voo a Dilma

Opções de aeronaves estudadas permitem ida até a Ásia sem paradas e podem custar até cinco vezes o valor da atual

Raimundo Paccó/Folhapress
Lula e Dilma, acompanhados de Antonio Palocci e da governadora Ana Júlia (à esq.), na inauguração de hidrelétrica no PA

IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A ESTREITO (MA)

O presidente Lula fez ontem uma defesa enfática da compra do Aerodilma, o novo avião que deverá substituir o Aerolula. "Não tem por que não comprar. Acabou aquela bobagem do Aerolula. Acho que o Brasil precisa de um avião com mais autonomia para o presidente."
A negociação do avião foi revelada pela Folha anteontem. Há duas opções na mesa, que podem custar até mais de R$ 500 milhões, cinco vezes o custo do atual avião do presidente.
Lula disse ontem no Maranhão que "o Brasil passa humilhação" porque a autonomia do Aerolula é limitada, impedindo voos sem escala a vários locais. As opções estudadas preveem ida até a Ásia sem as atuais duas paradas.
O presidente confundiu o Aerolula, um moderno Airbus-319 executivo, com o antigo avião presidencial -o Boeing 707 conhecido como Sucatão, que ainda serve à FAB como avião-tanque.
"Você deveria perguntar para a imprensa que viajou num Sucatão para saber o que é uma viagem presidencial. O Brasil não pode ser um país grande do jeito que é, e ter um comportamento humilhante muitas vezes lá fora", disse.
Lula quer fechar o negócio para evitar desgaste da presidente eleita, Dilma Rousseff, no episódio. Ela não se manifestou sobre a compra, mas sua equipe econômica adotou discurso da necessidade de corte de gastos.
Não há verba orçamentária, mas o financiamento é de longo prazo e depende da aprovação de um projeto pelo Congresso.
O presidente indicou que a escolha pode recair na compra de dois novos aviões de transporte e reabastecimento aéreo. Um deles viria com uma área VIP, e seria usado em voos intercontinentais.
O consórcio europeu EADS já ofertou à FAB o Airbus-A330MRTT, um avião pelo qual a Austrália pagou R$ 516 milhões em 2008.
Esse modelo poderia demorar até três anos para chegar, tempo que pode ser reduzido se forem oferecidos os aviões feitos para avaliação numa concorrência para aviões-tanques da Força Aérea americana. Esses dois A330 estão estocados.
Outra opção em estudo é a compra direta de um Airbus-A340 executivo, um avião que pode custar até R$ 465 milhões em sua versão comercial mais cara.
A vantagem é a entrega mais rápida, entre 12 e 18 meses, em média, se o aparelho for novo. Usado, viria mais rapidamente e mais barato.
Na FAB, a torcida é que a escolha seja pelos aviões-tanque. Seja como for, se o Planalto decidir pelo A340, a compra dos aviões-tanque também deverá ocorrer.


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