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Petista volta a perder votos na nova classe C
Dilma também oscilou dois pontos para baixo entre os eleitores que cursaram apenas o ensino fundamental
Marina Silva sobe em vários Estados e lidera no DF; em SP, Dilma oscila para baixo e Serra encosta em petista
FERNANDO CANZIAN
DE SÃO PAULO
A impossibilidade de se
prever se a candidata do PT à
Presidência, Dilma Rousseff,
terá ou não de enfrentar um
segundo turno ocorre principalmente pelas variações de
intenções de voto em alguns
dos estratos que concentram
o maior número de eleitores.
Assim como na pesquisa
Datafolha divulgada na terça
passada, Dilma voltou a perder votos entre os eleitores
com renda familiar mensal
entre dois e cinco salários mínimos (R$ 1.020 e R$ 2.550).
Ela oscilou negativamente
dois pontos nessa faixa, de
45% para 43%. É nesse estrato da população que está
concentrada a maior parte da
chamada nova classe C, que
ascendeu economicamente
durante o governo Lula.
Cerca de 30 milhões de
pessoas entraram na classe C
a partir de 2003, segundo cálculos do Centro de Políticas
Sociais da FGV-RJ.
Pertencem à faixa de renda entre dois e cinco salários
mínimos cerca de 36% dos
eleitores do país.
Dilma também oscilou negativamente dois pontos entre os eleitores que frequentaram apenas o ensino fundamental. Essa faixa concentra aproximadamente 48%
do eleitorado.
MARINA SOBE
Enquanto Dilma oscilou
dois pontos para baixo entre
esses eleitores, a candidata
do PV, Marina Silva, variou
dois para cima.
A candidata do PV também oscilou positivamente
dois pontos entre os que estudaram até o ensino médio
(38% do eleitorado).
As duas oscilações positivas nessas faixas (que juntas
somam 86% dos eleitores)
explicam, em grande medida, o aumento das intenções
de voto na candidata verde.
Ela agora tem 17% dos votos válidos (ante os 15% registrados no levantamento
anterior).
O candidato José Serra
(PSDB) também oscilou positivamente dois pontos entre
os eleitores com ensino fundamental, mas manteve estável, em 31%, o total de suas
intenções de voto.
Em termos regionais, o tucano voltou a enconstar em
Dilma no Estado de São Paulo, sua base eleitoral. Serra
tem 36% das intenções de voto, ante os 38% de Dilma.
Como a margem de erro da
pesquisa é de dois pontos
percentuais, para mais ou
para menos, os dois estão
tecnicamente empatados.
As maiores variações pelos
Estados, no entanto, ocorreram em favor de Marina.
Ela subiu três pontos em
Pernambuco, Bahia e Paraná
e quatro pontos em Minas.
No Distrito Federal, a candidata do PV subiu cinco pontos e pela primeira vez nesta
campanha passou a liderar a
corrida na capital federal.
Mas o mais significativo na
pesquisa é que Dilma chega à
véspera da eleição com o total de intenções de votos
mais baixo desde 12 de agosto. A petista passou a cair ou
oscilar para baixo desde a segunda semana de setembro.
O período foi marcado pelas denúncias de quebra de
sigilos fiscais de tucanos e
pela queda da ex-braço direito de Dilma na Casa Civil, a
ex-ministra Erenice Guerra.
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