|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FOCO
Sem ter falado com Marina, autora traça perfil de "heroína"
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Em meio a mentiras e subornos na política, Marina
Silva é honesta e altruísta.
Ela é ouvida, fala com paixão, mas de maneira refletida, e leva seu trabalho a sério. Sua inteligência e liderança apaixonada são mundialmente reconhecidas.
Marina usa a lei para lutar
pela floresta. Até chegar a
um dos principais cargos políticos do país, a senadora
percorreu trajetória mais espetacular que a da Cinderela,
princesa que saiu dos farrapos e alcançou a riqueza.
Isso porque, no Brasil, ela
deixou a pobreza iletrada e
chegou à universidade.
É dessa forma que a senadora do Acre é descrita na
biografia "Marina Silva -defendendo as comunidades
da floresta tropical do Brasil", lançada em 2001 por
uma editora feminista e sem
fins lucrativos dos EUA.
A obra foi pensada e escrita antes de Marina ganhar a
projeção de ministra do Meio
Ambiente e candidata à Presidência pelo PV.
O livro integra a coleção
"Mulheres Mudando o Mundo", que tem o objetivo de
apresentar exemplos de vida
e superação a jovens com
idades entre 12 e 16 anos.
Na obra, adolescentes
americanos têm contato com
uma visão do Brasil, do Acre
-"AH-kray", para a pronúncia-, Estado natal da senadora, e do cenário político.
"Políticos são, normalmente, das grandes e ricas famílias que governaram o Brasil por 500 anos (...) O PT não
acreditava na compra de votos ou em promessas que não
seriam cumpridas", descreve
a autora da obra, Ziporah Hildebrandt, sobre o início da
trajetória de Marina.
Hildebrandt não fala português, nunca pisou no Brasil nem manteve contato direto com sua biografada -as
entrevistas com Marina foram feitas via um assessor do
Senado que falava inglês.
A autora contou à Folha
que recebeu a encomenda de
um livro sobre Marina e que
passou um ano e meio estudando a vida da senadora e a
história do país. Hildebrandt
disse que a editora queria a
biografia de uma mulher que
representasse negros, índios
e o ambiente.
Questionada sobre o tom
épico do livro e a descrição
de uma personagem que
lembra uma heroína da floresta, ela afirma que a intenção da série não é fazer livros
críticos ou objetivos.
É, diz, apresentar exemplos de mulheres que superaram grandes obstáculos e
conseguiram promover mudanças em seus países, servindo como fonte de inspiração a jovens mulheres.
Fazem parte da série biografias de Aung San Suu Kyi
(Nobel em 1991, de Mianmar), Ela Bhatt (Índia), Rigoberta Menchú (Guatemala) e
Mamphela Ramphele (África
do Sul), entre outras.
Texto Anterior: Aliança cresce, e candidato vira "mano Mercadante" Próximo Texto: Programa de treinamento tem inscrições abertas até amanhã Índice
|