São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2010

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RIO GRANDE DO SUL

Após oito anos, PT gaúcho volta ao poder

Vitória de Tarso como governador veio após participação forte de Lula na campanha; eleito quer ajudar Dilma

"Acho que posso dar boa colaboração para a campanha presidencial agora", declarou ele; PMDB encolhe no RS

GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

O ex-ministro Tarso Genro (PT), 63, tornou-se ontem o primeiro governador a ser eleito no primeiro turno no Rio Grande do Sul desde a redemocratização.
Tarso declarou que agora terá duas tarefas agora. Uma delas será montar seu governo. A outra, dedicar-se à campanha da petista Dilma Rousseff no segundo turno da eleição presidencial.
"Acho que eu posso dar uma boa colaboração. Qual, eu ainda não sei." Ele, porém, não quis avaliar a campanha presidencial do PT.
Em seu primeiro pronunciamento depois da apuração, Tarso afirmou que vai "abrir" o governo para partidos que foram seus adversários na eleição. O primeiro alvo do ex-ministro será o PDT, mas também o PP e o PTB serão chamados por ele.

DE VOLTA
A vitória de Tarso leva o PT de volta ao comando do Estado, tradicional reduto petista, após oito anos na oposição. Com 100% das urnas apuradas, ele conquistou 3.416.460 votos (54,35%).
O ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB) recebeu ontem 1.554.836 votos (24,74%), e a atual governadora Yeda Crusius (PSDB) teve 1.156.386 (18,40%).
Derrotado para o governo em 2002, Tarso reconduz o PT ao governo estadual depois de uma campanha eleitoral em que o presidente Lula se tornou protagonista.
Tarso explorou a ligação com o presidente, que esteve duas vezes em Porto Alegre para comícios do ex-ministro, e o fato de ter ocupado quatro ministérios (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Educação, Articulação Política e Justiça).
O PMDB sai das urnas como o grande derrotado da eleição do Rio Grande do Sul. Pela primeira vez desde 1990, os gaúchos não elegeram um peemedebista para qualquer cargo majoritário (governador ou senador).
Além de não eleger o ex- -governador Germano Rigotto ao Senado, o PMDB acabou perdendo ainda o comando da Prefeitura de Porto Alegre devido à renúncia de Fogaça -assumiu o lugar dele José Fortunati (PDT).
Surpresa na eleição de 2006, o PSDB encolheu com Yeda Crusius. Depois de sucessivas crises e denúncias de corrupção que debilitaram sua gestão, a primeira mulher a governar o Estado sulista foi abatida pela tradição do eleitor gaúcho de não reeleger governador.


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