São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2011

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Conab pediu "brevidade" a pagamento sob suspeita

Procurador do órgão indicou urgência em quitação de R$ 8 milhões a firma

Empresa era registrada em nome de laranjas e episódio foi causa da demissão do ex-diretor da Conab irmão de Jucá

NATUZA NERY
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

O procurador-geral da Conab, Rômulo Sulz Gonsalves Junior, mandou ofícios à diretoria financeira do órgão recomendando que fosse pago, "com a maior brevidade possível", os R$ 8 milhões devidos a uma firma em nome de laranjas.
O pagamento provocou a saída do irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ex-diretor de finanças da companhia, e uma crise na Agricultura.
Jucazinho, como é conhecido Oscar Jucá Neto, disse em entrevista à revista "Veja" que há "bandidos" na Conab, e sugeriu que o ministro Wagner Rossi participava de esquemas de corrupção.
Embora tivesse o aval da área jurídica, Jucá Neto autorizou o pagamento à Renascença usando recursos de uma fonte orçamentária que não poderia ser usada para pagar dívidas.
A Folha teve acesso a dois pareceres de Sulz, de junho. Um deles cita a inexistência de dotação orçamentária para quitar o débito.
"Considerando que há imóvel da companhia penhorado e a possibilidade de adjudicação (tomada) do bem pela Renascença, sugerimos a liquidação do débito com a maior brevidade possível", diz o ofício.
O procurador alega que a área jurídica não define como o pagamento será feito.
Ele foi indicado para o cargo em 2010 pelo PTB, assim como presidente da Conab, Evangevaldo dos Santos.
Rossi alegou na Câmara que Jucazinho agiu sem conhecimento de ninguém.
Sulz disse à Folha que orientou a quitação para evitar que a sede da Conab fosse dada como pagamento. "A gente espera, quando a gente orienta, que o financeiro pague. Se não vai ter o ônus da Justiça", disse.


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