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Aliados querem volta de Lulinha paz e amor
Governadores eleitos dizem que a agressividade do presidente fez com que Dilma perdesse votos na classe média
Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Campos (PSB) avaliam que campanha de Dilma transmitia imagem de arrogância
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
VALDO CRUZ
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
Durante reunião ontem
com a candidata Dilma Rousseff, governadores eleitos criticaram o tom agressivo adotado na reta final da campanha pelo presidente Lula e
recomendaram a volta do
"Lulinha paz e amor".
Segundo a Folha apurou,
vários governadores eleitos
disseram no encontro que a
agressividade de Lula fez Dilma perder votos na classe
média. Para eles, o eleitorado
quis dar um "susto" no governo Lula por conta de uma
posição arrogante adotada
pelo presidente na fase final
do primeiro turno.
Na saída reunião, o senador eleito Roberto Requião
(PMDB-PR) sintetizou o sentimento dos governadores dizendo que o "Lulinha paz e
amor desapareceu", referindo-se à estratégia que levou o
presidente à vitória em 2002.
Governadores como Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e
Eduardo Campos (PSB-PE),
reeleitos, classificaram o
comportamento da campanha de Dilma de "queixo alto" ou de "salto alto", transmitindo uma arrogância que
tirou votos da petista.
O encontro foi uma busca
de demonstração de força
para Dilma, que esperava
vencer no primeiro turno.
Aos sete governadores eleitos e reeleitos, além de deputados e senadores aliados,
que atenderam à convocação
de Lula, foi pedido que não
desmobilizem seus comitês e
que passem a trabalhar pela
candidatura da petista.
Como estratégia para o segundo turno, os partidos que
dão sustentação a Dilma avaliam que ela tem que assumir
um discurso pelo desenvolvimento sustentável, uma forma de atrair o eleitorado de
Marina Silva (PV).
Ontem, a equipe do marqueteiro João Santana aproveitou a presença dos aliados
em Brasília e gravou depoimentos para serem utilizados na propaganda eleitoral,
que recomeça amanhã.
A campanha quer ligar a
candidata aos puxadores de
votos nos Estados.
Em entrevista ontem, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha,
sinalizou que a campanha
investirá ainda mais na polarização entre PT e PSDB.
"O segundo turno possibilita uma eleição polarizada
entre o projeto do presidente
Lula e o defendido pelo candidato da oposição [José Serra]", disse Padilha.
A movimentação de Lula
começou ontem quando ele
disparou telefonemas para
aliados em colégios eleitorais
que considera importantes.
A mobilização fez com que
Aloizio Mercadante, derrotado em São Paulo, convocasse
a direção estadual do PT.
Hoje haverá novo encontro da direção da sigla com
prefeitos e parlamentares recém-eleitos. Na quinta, o PT-SP sentará com movimentos
sociais e, na sexta, haverá
mobilização com aliados. No
sábado, o PT fará carreatas
em várias cidades do Estado.
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