São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2010

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Aliados querem volta de Lulinha paz e amor

Governadores eleitos dizem que a agressividade do presidente fez com que Dilma perdesse votos na classe média

Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Campos (PSB) avaliam que campanha de Dilma transmitia imagem de arrogância

ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

VALDO CRUZ
MÁRCIO FALCÃO

DE BRASÍLIA

Durante reunião ontem com a candidata Dilma Rousseff, governadores eleitos criticaram o tom agressivo adotado na reta final da campanha pelo presidente Lula e recomendaram a volta do "Lulinha paz e amor".
Segundo a Folha apurou, vários governadores eleitos disseram no encontro que a agressividade de Lula fez Dilma perder votos na classe média. Para eles, o eleitorado quis dar um "susto" no governo Lula por conta de uma posição arrogante adotada pelo presidente na fase final do primeiro turno.
Na saída reunião, o senador eleito Roberto Requião (PMDB-PR) sintetizou o sentimento dos governadores dizendo que o "Lulinha paz e amor desapareceu", referindo-se à estratégia que levou o presidente à vitória em 2002.
Governadores como Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Eduardo Campos (PSB-PE), reeleitos, classificaram o comportamento da campanha de Dilma de "queixo alto" ou de "salto alto", transmitindo uma arrogância que tirou votos da petista.
O encontro foi uma busca de demonstração de força para Dilma, que esperava vencer no primeiro turno. Aos sete governadores eleitos e reeleitos, além de deputados e senadores aliados, que atenderam à convocação de Lula, foi pedido que não desmobilizem seus comitês e que passem a trabalhar pela candidatura da petista.
Como estratégia para o segundo turno, os partidos que dão sustentação a Dilma avaliam que ela tem que assumir um discurso pelo desenvolvimento sustentável, uma forma de atrair o eleitorado de Marina Silva (PV).
Ontem, a equipe do marqueteiro João Santana aproveitou a presença dos aliados em Brasília e gravou depoimentos para serem utilizados na propaganda eleitoral, que recomeça amanhã.
A campanha quer ligar a candidata aos puxadores de votos nos Estados.
Em entrevista ontem, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sinalizou que a campanha investirá ainda mais na polarização entre PT e PSDB.
"O segundo turno possibilita uma eleição polarizada entre o projeto do presidente Lula e o defendido pelo candidato da oposição [José Serra]", disse Padilha.
A movimentação de Lula começou ontem quando ele disparou telefonemas para aliados em colégios eleitorais que considera importantes.
A mobilização fez com que Aloizio Mercadante, derrotado em São Paulo, convocasse a direção estadual do PT.
Hoje haverá novo encontro da direção da sigla com prefeitos e parlamentares recém-eleitos. Na quinta, o PT-SP sentará com movimentos sociais e, na sexta, haverá mobilização com aliados. No sábado, o PT fará carreatas em várias cidades do Estado.


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