DE BRASÍLIA

A cúpula do PMDB quer mudanças na campanha da petista Dilma Rousseff.
O comando do partido avalia que o marketing sozinho não resolveu a eleição, defende uma campanha mais politizada, com maior participação dos aliados, e que um dos principais erros do PT foi dar combustível para os ataques virais disseminados na internet associando a candidata a questões polêmicas como defesa do aborto e casamento de gays.
Reservadamente, líderes peemedebistas se queixam de terem sido alijados do centro de decisões da campanha. Segundo eles, o núcleo petista se fechou e cometeu erros, deixando prevalecer na campanha o marketing eleitoral.
Com isso, a campanha de Dilma teria sido "muito despolitizada", não atraindo nem envolvendo alguns aliados no seu dia a dia.
Agora, o PMDB vai dizer ao presidente Lula e à sua candidata Dilma que o PT precisa dividir poder no segundo turno para garantir a vitória da petista na disputa presidencial.
O partido espera que o primeiro passo nesse sentido seja dado a partir da reunião convocada pelo presidente Lula com governadores e senadores eleitos logo depois de definido a realização de um segundo turno.
Segundo eles, os temas polêmicos como casamento gay e aborto estavam em programas dos petistas e não foram negados a tempo e a contento pelo comando da campanha de Dilma. Resultado, tiraram votos da petista no primeiro turno.
A cúpula do PMDB vai defender, por exemplo, que Dilma, enfim, divulgue um programa de governo, no qual deixe claro sua posição sobre esses temas polêmicos, buscando rebater as campanhas negativas no meio católico e evangélico.
Os peemedebistas avaliam também que Lula cometeu erros na fase final da campanha, ao elevar o tom de suas críticas contra a imprensa e adversários. A posição do presidente teria levado a perda de votos na classe média e em algumas regiões.
Santa Catarina é usado como exemplo, Estado em que Dilma Rousseff estava se recuperando, mas perdeu espaço depois que o presidente Lula atacou os democratas. Durante visita a Joinville, o presidente disse que iria "extirpar" os democratas da política. (VALDO CRUZ)


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